Na terça-feira, o Diário Oficial da União publicou duas resoluções do Conselho Federal de Medicina para desafogar e qualificar o atendimento nos prontos-socorros e Unidades de Pronto Atendimento (Upas) do país. Um dos textos determina que o tempo de espera do paciente para atendimento não pode ultrapassar duas horas. Hoje, a espera em Caxias do Sul pode ultrapassar quatro horas dependendo da classificação de risco utilizada nas emergências.
O delegado de Caxias do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Luciano Bauer Grohs, explica que o Sistema de Classificação de Risco é por meio de triagem. O paciente é classificado por cores. Vermelho significa emergência com atendimento imediato, laranja prevê 10 minutos de espera e o amarelo, 60 minutos. Verde é para casos menos urgentes, com previsão de duas horas, e azul é para pacientes que podem esperar até quatro horas ou são encaminhados para alguma UBS.
A nova resolução mantém a triagem por cor, mas a classificação deve ser imediata. Ou seja, ao chegar no Postão 24 horas o paciente deve ser submetido à triagem no ato e atendido pelo médico em até duas horas. O paciente classificado na chegada ao Postão, por exemplo, não poderá mais ser liberado ou encaminhado à UBS sem ter consultado um médico, como ocorre hoje.
- A realidade do sistema de saúde no Brasil é variável. Sabemos que o atendimento em prontos-socorros em Caxias demora mais de duas horas. As instituições vão ter muitas dificuldades em se adaptar à regra, pois falta estrutura e médicos. Mas vamos estar vigilantes no serviço público e privado, cobrando que o tempo de espera seja cumprido - ressalta Grohs.
A secretaria da Saúde de Caxias, Dilma Tessari, explica que no Postão 24 horas a triagem já ocorre mediante a chegada do paciente, conforme preconiza a resolução. Os pacientes classificados com urgência são atendidos imediatamente. Segundo a secretária, a espera é maior em casos de classificação verde (duas horas) e azul (até quatro horas).
- Em termos gerais, todos que vão ao Postão são atendidos pelo médico. O serviço de emergência é para emergência. Entendemos que casos que não são de urgência podem aguardar. Mas se todos que chegarem ao PA agora tiverem que ser atendidos em duas horas, vai ser complicado cumprir a demanda - declara Dilma.
A secretária admite que há dias em que o atendimento no Postão demora além do bom senso. Com frequência o Pioneiro recebe telefonemas de pacientes há cinco, seis, sete horas na fila. Para Dilma, faltam médicos, mas não há previsão de concurso público para contratá-los. A prefeitura tenta driblar a carência de médicos com contratos emergenciais.
Se a resolução não for cumprida, o Cremers atuará diretores e instituições. Aos diretores, prevê advertências. Já para as instituições, suspensão do atendimento em casos extremos.
Saúde
Atendimento no Postão 24 horas não poderá demorar mais que duas horas
Resolução do Conselho Federal de Medicina normatiza espera máxima em pronto-socorros
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