Após mais de onze horas de julgamento, o Tribunal do Júri decidiu condenar Luciano Dickel Boles, 33 anos, e Lucas Eduardo Macedo dos Reis, 24, pelas mortes brutais de Gilson Hilman Fernandes, 45, do filho dele, Vinícius Maciel Fernandes, 14, e de Germano Ióris de Oliveira, 13, amigo de Vinícius.
Boles e Reis foram condenados por homicídio qualificado, furto, ocultação de cadáver e fraude processual e receberam a mesma pena: 66 anos e oito meses de reclusão e 8 meses de detenção, ao todo 67 anos.
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Durante todo o dia, o plenário do Fórum de Caxias do Sul permaneceu lotado. Além de estudantes de Direito e curiosos, familiares e amigos das vítimas, identificados por camisetas brancas, com fotos de Gilson, Vinícius e Germano e os dizeres "Pena máxima, 30 anos por vida roubada" ocuparam o espaço.
O julgamento se iniciou por volta das 9h20min, quando ocorreu o sorteio dos jurados. Dos convocados, dois pediram dispensa e dois declararam impedimento. Dos 15 restantes, sete foram escolhidos para integrar o júri popular: duas mulheres e cinco homens.
Ainda pela manhã, foram ouvidas sete pessoas: a mãe de Germano, Paula Ióris de Oliveira, uma empregada doméstica da casa de Gilson, a mulher do empresário, Ronize Gomes Maciel, dois policiais militares, um ex-funcionário da empresa de Gilson e que montaria o negócio com Luciano e Lucas, e uma ex-namorada de Luciano.
Após a fala da acusação e defesa, que levou a maior parte da tarde, os jurados foram levados para uma sala secreta. A sentença foi lida pela juíza Milene Fróes Rodrigues Dal Bó por volta das 20h.
Boles e Reis foram retirados do plenário logo em seguida, aos gritos da plateia que gritava "justiça".
- Sinto alívio, justiça. A nossa meta era 30 anos por vida roubada, nós conseguimos 66, é uma boa pena, mas 30 anos por cada vida seria o ideal - afirmou Paula Ióris.
A promotora Silvia Regina Becker disse que deve recorrer da decisão. Mas isso vai depender também da vontade da família.
- A minha expectativa é que essa pena alcance pelo menos 90 anos. Mas vou ver se eles (família) querem sofrer isso, sentem que a comunidade de Caxias fez justiça com eles, mas em um momento posterior. Temos tempo para fazer isso _ disse Silvia.