O tiro de laço virou o centro de uma das discussões mais polêmicas dos últimos anos envolvendo duas entidades: o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e a Federação Gaúcha de Laço, criada em junho de 2013 e não filiada ao movimento.
O MTG afirmou que vai fazer valer o regulamento e proibir entidades filiadas de participarem de eventos promovidos por entidades não filiadas ao clube, no caso, a Federação Gaúcha de Laço.
A resolução ocorreu em março, durante reunião do conselho diretor. A proibição estende-se também à promoção e cedência de dependências. Narradores e juízes credenciados ao MTG foram alertados de estarem sujeitos às normas do regimento.
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De acordo com o presidente do MTG, Manoelito Carlos Savaris, estão em andamento cinco procedimentos envolvendo entidades e sete envolvendo narradores. Para os dois casos, as punições previstas para quem descumprir o regulamento são advertência escrita, suspensão até 12 meses ou desfiliação. Até agora, porém, nenhuma penalidade foi expedida.
Primeiramente, é enviado às entidades e narradores um documento com questionamentos sobre a participação e/ou apoio em eventos de atividades não filiadas. Conforme a resposta, um procedimento administrativo disciplinar é instaurado e um relator é designado. À entidade ou narrador, cabe direito à defesa. Normalmente, os trabalhos encerram entre 90 e 120 dias.
- O regulamento é claro e não é de hoje. Foi decidido pela maioria. As entidades filiadas têm os mesmos objetivos, centrados em quatro grandes aspectos: cultura, folclore, tradição e atividade social. Entidades não filiadas normalmente têm outros objetivos que não esses - explica Savaris.
Entre as diferenças do MTG e da Federação Gaúcha de Laço está a representação do tiro de laço. Para o primeiro, ele é uma manifestação cultural. Para o segundo, um esporte.
Foi com esta interpretação - do laço como esporte - que a federação conseguiu a aprovação da Secretaria de Esporte do Estado para a captação se R$ 600 mil em patrocínios, utilizados para a promoção de oito torneios no Rio Grande do Sul.
- A federação foi fundada porque não nos sentíamos representados pelo MTG. Certamente, o MTG vai sofrer as consequências dessa imposição, ou por parte da justiça ou por parte dos próprios laçadores. É uma grande contradição à leis do nosso país impedir as pessoas de fazerem o que gostam. A mim, essa truculência não me causa estranheza, nem essas cobranças absurdas - conta Cléber Vieira, presidente da Federação.
Caxias do Sul é a cidade que vai sediar a final do circuito de laço da federação, que acontece de 8 a 11 de maio, no Parque de Eventos de Vila Oliva. Em janeiro, uma comitiva da Federação Gaúcha de Laço se reuniu com o prefeito Alceu Barbosa Velho para solicitar apoio da administração municipal ao evento. Na época, Alceu afirmou que deveria conversar com Jó Arse, então coordenador da 25ª RT, sobre o assunto.
- Eu jamais vou interferir na administração municipal. O que eu disse ao prefeito é que a 25ª RT e a prefeitura têm uma parceria de muitos anos e que nessa data a administração já apoia a Cavalgada de Caravaggio - disse Arse.