Única comunidade terapêutica destinada a recuperar meninas dependentes químicas em Caxias do Sul, o Centro Vita de São Gotardo de Vila Seca passará a internar apenas mulheres adultas.
Por esse motivo, moradoras de Caxias com menos de 18 anos que precisarem de atendimento gratuito em comunidades terapêuticas devem buscar ajuda pelo SUS, que encaminha para uma unidade em Santa Rosa, segundo Kátia Regina Frizzo, psicóloga da 5ª Coordenadoria Regional da Saúde.
Desde a semana passada, a unidade feminina do Centro Vita está aberta para receber o público alvo. As três adolescentes internadas no momento permanecerão na fazenda até a conclusão do tratamento.
A decisão de deixar de atender meninas tem um motivo: a entidade filantrópica ainda não foi contemplada com a verba de R$ 72 mil prevista para esse ano que seria repassada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica). Como não é cobrada mensalidade de adolescentes, a casa quer então ofertar as 24 vagas para as adultas. Nesse caso, as internas pagarão pela internação, com exceção daquelas sem condições econômicas, que se beneficiarão das cinco vagas sociais.
Não será possível manter menores e maiores no mesmo ambiente porque a legislação determina a separação.
- Pelo fato de não termos recursos, vamos concluir o tratamento das adolescentes e optar pelas adultas. Nossa intenção é atender toda a demanda feminina. Só que hoje não temos como - disse o primeiro vice-presidente do Centro Vita, João Antonio Pereira.
A entidade filantrópica sobrevive do retorno do programa Nota Solidária e de doações.
- Trabalhamos por nossa conta. A gente arrecada um pouco aqui, um pouco lá. Vivemos da generosidade das pessoas - comentou o segundo vice-presidente do Centro Vita, Ildemar Aliati, voluntário como Pereira.
Presidente do Comdica, Vera Piccoli explica que a verba não foi ainda destinada à comunidade terapêutica feminina por um problema na prestação de contas da entidade.
- Foi uma situação documental. Depende deles regularizarem essa situação para o repasse do dinheiro - explicou.
Aliati ressalta que o dinheiro está bloqueado porque a psicóloga que prestava serviços a eles, e era paga com parte do dinheiro enviado pelo Comdica, trabalhava também na Codeca, o que a auditoria apontou como problema.
_ Para eles, a psicóloga não poderia ter dois cargos. Só que ela era temporária na Codeca, contratada, não fixa _ defendeu Aliati.
Centro Vita
Telefone: (54) 3217.8776 (Rua 13 de Maio, 1127)
Quem é atendido: homens e mulheres a partir dos 18 anos (em duas unidades distintas), após avaliação psicológica e realização de exames como Hemograma e teste de HIV.
Quanto custa: inscrição custa R$ 600 e a mensalidade R$ 500 (a ser paga no mês seguinte). Entidade conta com vagas sociais para famílias que não podem pagar