Maiara Defferrari Menezes tem 13 anos e é estudante do 8º ano da escola municipal de ensino fundamental Luiz Antunes. Ao perceber o quanto os recreios estavam tomados por empurrões e discussões entre colegas, passou a desenvolver um trabalho chamado Projeto da Amizade. Ela comanda uma espécie de dinâmica de grupo com oito turmas de alunos do 1º ano ao 5º ano.
- O intervalo era muito agitado. Eu queria fazer algo para ajudar, algo que trabalhasse a amizade - comenta.
Os resultados não são imediatos. E apesar de estar entrando na adolescência, Maiara se mostra madura para compreender que está plantando uma semente.
- Um dia vai aparecer o resultado. Quando brigam no recreio, a gente fala, "lembra que vocês falaram que iriam ter respeito?" - exemplifica.
Ao mesmo tempo em que trabalha valores éticos e comportamentais com os alunos menores, Maiara desenvolve a empatia. Ela se coloca na figura do professor e vê que não é fácil estar na frente de uma turma.
- Eu fiquei muito chateada com alguns alunos que não ficaram quietos, que incomodaram. Se fosse um de vocês aqui na frente, no meu lugar, vocês não gostariam que não fossem educados com vocês - disse Maiara aos alunos, durante o trabalho.
A bronca de Maiara faz parte desse projeto que é saudável e cria responsabilidades nos relacionamentos entre os estudantes. Ao final da dinâmica, Maiara e seu colega Wellington de Lima Modelski, também 13, colam na parede da sala de aula um cartaz com todos os adjetivos que os próprios alunos usaram durante o trabalho para definir a amizade. Se um dos estudantes comete um deslize de comportamento, a frase de Maiara vem pronta:
- Lembram que vocês falaram que é importante ter respeito? Tá escrito lá no cartaz de vocês.
