O comemorado retorno do basquete masculino brasileiro aos Jogos Olímpicos, em Paris, tem um representante caxiense. O fisioterapeuta Rafael Plein, 47 anos, faz parte da comissão técnica que desembarcou nesta terça-feira (23) na França em busca da quarta medalha olímpica na modalidade. A estreia será no sábado, dia 27, contra a França, dona da casa.
Ainda fazem parte do Grupo B a Alemanha e o Japão. São três grupos e avançam às quartas de final os dois melhores da cada chave e os dois melhores terceiros colocados. Na última participação do país, em 2016, o Brasil acabou em nono lugar.
— Temos uma responsabilidade muito grande. Os treinadores, o (Aleksandar) Petrovic e os auxiliares (Tiago Spliter, Helinho, Bruno Savignani e Demétrius), já projetaram muita coisa em relação a como a gente vai ter que jogar com cada uma dessas seleções para poder passar de fase, e aí sim ir para Paris. São seis jogos, três da primeira fase e os outros três, se passar de uma fase, a gente já está brigando por medalha. A expectativa é fazer um excelente torneio — contou Plein, direto de Zagreb, onde a equipe estava concentrada antes de viajar para a França.
Plein tem a vida ligada ao esporte. O pai, José Luiz Plein, foi jogador profissional de futebol, treinador e é formado em educação física. Na universidade, conheceu a esposa Sonia Maria Pedroni Plein, que também seguiu para a mesma área. Era natural que o filho buscasse o caminho idêntico.
Mas foi na fisioterapia que Rafael encontrou o protagonismo, trabalhando em diferentes modalidades. Do Caxias Basquete alçou voos maiores até chegar na seleção. Participou do Pan-Americano e do Mundial, em 2023. Agora, depois de um emocionante Pré-Olímpico na Letônia, no começo deste mês, ele estará com a equipe em Lille, sede do Brasil na primeira fase.
— Foi muito intenso. Todo o processo, se apresentar lá em Blumenau, que foi o nosso primeiro local de treinamentos, depois viemos para a Croácia, tivemos alguns amistosos por aqui, depois jogamos contra a Eslovênia e fomos para o pré-olímpico na Letônia. Muito trabalho de todos, de toda a comissão técnica e dos atletas — destacou Plein, que ainda falou sobre a vitória sobre a Letônia, na final do pré-olímpico, que acabou sendo uma revanche da eliminação sofrida no Mundial de 2023:
— Foi um jogo histórico para o basquete brasileiro, principalmente porque a gente não deu uma chance da Letônia nos vencer. Estávamos, vamos botar assim, meio que engasgado pelo que aconteceu no Mundial do ano passado.
SEGUNDA OLIMPÍADA
Em 2016, Rafael atuou na Olimpíada do Rio de Janeiro, mas como fisioterapeuta voluntário. Oito anos depois, ele fará parte da comissão técnica de uma das modalidades mais tradicionais do país.
— Acho que não deixa de ser uma coroação, por ter me dedicado. Muitas pessoas fazem a mesma pergunta para mim: Como é estar na seleção brasileira, como tu conseguiu chegar? Foi por meio de muita dedicação, muitos anos de trabalho, sendo correto em tudo que eu fiz, isso acho que aprendi muito pela questão da educação dos meus pais, e entendendo como funcionam os processos, até chegar onde eu cheguei.
Na França, seja em Lille ou Paris, Plein quer continuar acrescendo vivências em sua trajetória profissional:
— O que posso apontar hoje são os contatos que tive com fisioterapeutas do mundo todo, profissionais de várias áreas. E isso traz muito conhecimento. A troca de informação que acontece de um modo muito intenso,até mesmo dentro da própria seleção. Trabalhar com o preparador físico, com os treinadores, com o massagista, com o outro fisioterapeuta que está junto com a gente aqui. É isso que faz com que a gente aprenda cada vez mais.
Na reta final da preparação, dois jogadores tiveram um cuidado especial da seleção. Os armadores Yago e Raulzinho tiveram lesões recentes, mas não devem ser problema para a Olimpíada. O momento agora é de segurar a ansiedade e ajustar os últimos detalhes.
— A maior parte da preparação já está encerrada. Temos o amistoso contra o Canadá, nesta quinta-feira, e aí sim vai estar valendo mesmo. Com os atletas agora é ficar monitorando e controlando junto com o preparador físico, principalmente, e é assim que a gente vai trabalhando. E resolvendo caso aconteça alguma coisa. Somos os profissionais que acabam apagando incêndio muitas vezes, principalmente quando a gente está muito próximo da competição — finalizou Plein.