Com empate por 1 a 1 com o Fluminense no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, o Juventude voltou a campo após 34 dias de paralisação em virtude da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul. O gol alviverde foi marcado por Jadson aos 21 minutos do segundo tempo depois de falha do goleiro Fábio. Com o empate, o Juventude chega a seis pontos em cinco partidas — duas a menos que os outros times — e ocupa momentaneamente a 14ª posição da Série A do Brasileirão.
Na avaliação do técnico Roger Machado o resultado foi positivo. O Ju iniciou a partida pressionando a defesa do Fluminense, que tem como estilo de jogo de sair jogando desde o goleiro. As melhores chances da primeira etapa, antes do gol marcado pelo tricolor carioca, foram todas da equipe equipe gaúcha. E, a postura dos jogadores foi elogiada durante a coletiva de imprensa.
— Acho que seria injusto um resultado de derrota hoje, penso que nós fizemos um grande primeiro tempo, construímos boas oportunidades, nos faltou calma, uma melhor avaliação da jogada nos primeiros 10 minutos. No intervalo eu falei aos atletas que as correções eram bem pontuais, e eu não tinha muitas queixas para fazer — detalhou o comandante alviverde.
O bom rendimento não impediu Roger de ficar na bronca com a arbitragem comandada por Matheus Delgado Candançan. Sem ter conseguido ver claramente o lance do pênalti cometido pelo volante Thiaguinho sobre Martinelli, ele acredita que não houve a força necessária para a falta. O Ju também teve o atacante Werik Popó expulso com dois cartões amarelos na etapa final.
— Tinha alguém encobrindo a minha visão e eu não conseguia enxergar. Mas se foi um toque, foi muito sutil, dai a força talvez não foi suficiente para impedir o jogador do Fluminense de seguir na jogada. Eu vi uma arbitragem muito confusa durante o jogo inteiro. Quando os dois bancos simultaneamente reclamam da arbitragem, é porque não foi bom para nenhum dos lados.
A intensidade do Ju desde o início do jogo deixou o técnico satisfeito com a entrega dos jogadores no Rio de Janeiro. Mas ele pondera que a manutenção dessa forma de atuar dependerá da forma como os jogos vão se apresentar.
— É possível sim, mas vai depender de como as partidas vão ser exigentes para a gente. Hoje vimos o Fluminense, que jogou na quarta, e sentiu o desgaste, alguns jogadores sentiram no final, e a gente conseguiu se manter firme e forte até o final da partida, mesmo com 10 jogadores.
O técnico alviverde também falou sobre a atual situação vivida pelo Rio Grande do Sul, que ainda contabiliza os estragos causados pela maior tragédia climática. Ele destaca que a estrutura do clube não foi tão afetada quando as de Grêmio e Inter, que tiveram os estádios e centros de treinamentos alagados. O Juventude volta a campo na próxima quarta-feira (5) contra o Atlético-GO em partida atrasada da quinta rodada do Brasileirão, e que marcará o reencontro com a torcida.
— O fator local é muito importante. Nós teremos condições de jogar na nossa casa, com todos os problemas que todo mundo sabe que o Rio Grande do Sul está enfrentando, não está resolvido, pelo contrário, agora com as águas baixando surgem outras dificuldades. O positivo disso tudo é que o Brasil todo se envolveu em solidariedade ajudando. Eu tive familiares, tios, primos, que tiveram que deixar suas casas também. A gente ajuda na medida do possível, faz um esforço para estar presente, estar perto, para ser solidário.
Roger Machado ainda afirmou que o meio-campista Jean Carlos, artilheiro do time do Brasileirão com dois gols, não deve retornar para o confronto contra o Atlético-GO. A única volta deve ser do volante Caíque, que estava suspenso para o confronto contra o Fluminense.