O ex-lateral Edson Kaspary é o convidado do Podcast Paixão Ca-Ju para falar sobre o título Gaúcho de 1998 com o Juventude. Ele fez parte das três maiores conquistas do clube. Quando jogador, Edson também integrou a equipe campeã da Série B de 1994 e da Copa do Brasil de 1999. Em entrevista aos jornalistas Tiago Nunes e Eduardo Costa, o lateral comentou sobre a decisão de 98 com o Inter. Após vencer por 3 a 1 no Jaconi, o time segurou um empate em 0 a 0 no Beira-Rio e comemorou o título.
— Eu não era o titular para final, quem estava escalado era o Maciel, que era o lateral-esquerdo titular, e eu fui saber que eu sairia jogando no domingo de manhã na concentração, quando o doutor Iran Sercato e o supervisor Túlio Cunha Lima entraram no meu quarto, eu concentrava junto com Flávio, e eles me alertaram de que eu provavelmente sairia jogando porque o Maciel teve uma virose. A partir daí eu comecei a me preparar de fato para a decisão, esses bastidores envolvem muita coisa, e o Flávio brincava comigo: "vê se não vai pipocar agora, juvenil", porque nós tínhamos uma relação de amizade muito grande. Eu fui para aquela decisão, lutando pelo meu pratinho de comida, pensando na minha família, no futuro da minha família — relembrou Edson.
Formado nas categorias de base do Juventude, Edson iniciou sua carreira como atacante e foi nessa posição que conquistou o primeiro título pelo Verdão, a Série B de 1994. Após rápida passagem pelo futebol Venezuelano, o jogador voltou ao Juventude em 1997. Edson disputou 152 jogos com a camisa Alviverde e marcou 14 gols. Ele também relembrou que se recusou a jogar no maio rival, o Caxias.
— No final de 99, depois da minha lesão no joelho, eu acabei ficando sem espaço no clube. O Juventude e o Caxias propuseram a troca do Luciano, lateral esquerdo, por mim e pelo Gil Baiano. O Gil Baiano inclusive no ano seguinte foi campeão gaúcho pelo Caxias. Mas eu optei em não jogar pelo Caxias por toda a minha identificação com o Juventude. Imagina, minha família juventudista, minha esposa juventudista, eu cresci dentro do Jaconi, não tinha como jogar no Caxias. Não é por desrespeito ao Caxias, é por respeito ao Caxias, porque eu de fato não iria me sentir bem. Eu optei por não jogar no Caxias o gauchão de 2000, foi justamente o ano que o Caxias foi campeão gaúcho. Mas estou bem tranquilo quanto a isso, acho que foi uma decisão correta época, porque eu queria ser lembrado como ex-atleta do Esporte Clube Juventude — afirmou Edson.