O Juventude estava prestes a completar cinco anos de vida quando Celina Dal Pra Zengerling se juntou à torcida do time. Nascida em junho de 1918, hoje soma 105 anos de apoio ao clube. E defenderá a paixão in loco na decisão do Gauchão, na tarde deste sábado (30). Isso porque estará presente no Estádio Alfredo Jaconi no jogo contra o Grêmio. Com direito a camisa nova e o nome gravado nas costas. Durante a semana, a direção contatou a família e fez o convite para a fã alviverde.
Sorridente e fardada com as cores do time na casa de repouso onde mora, no bairro Sagrada Família, Celina esperava a reportagem ao lado do neto Ítalo Franzoi (48) para falar do seu amor pelo Ju. Até a bandeira estava na poltrona para não pairar dúvidas de que ali há uma apaixonada convicta.
Com certa dificuldade na audição, mas a expectativa para o confronto intacta, diz que vai até fazer simpatia (sem revelar qual) para dar sorte, a mesma que funcionou na classificação diante do Inter, na semifinal. E arrisca até um placar.
— 2 a 0 para o Ju. Na hora do jogo, eu faço a minha simpatia — afirma.
Com duas filhas, quatro netos e quatro bisnetos, Celina nasceu no bairro Galópolis, e trabalhou no lanifício da comunidade até se aposentar. Ativa e sempre atenta ao time do coração, esteve no Alfredo Jaconi em uma rodada do Campeonato Brasileiro de 2018, quando participou de ação para o Dia dos Avós. À época com 100 anos, entrou com os jogadores no gramado, e assistiu a partida das cadeiras.
Olhos azuis, alma verde e branca
A brincadeira na casa onde mora é sobre a cor dos olhos de Celina, azuis como o rival deste sábado. Provocada sobre a coincidência, ela sorri e garante que a alma é verde e branca. E garante estar animada para o sábado.
— Claro que eu tô feliz. Ainda mais que ele ganhou. Só posso ser feliz. Agora, vamos ver sábado — diz Celina.
A torcedora confirma que a ligação com o clube vem do pai, e que desde cedo vive na torcida.
— Eu gosto do Juventude. Desde o meu pai. E ali a gente ficou sempre com Juventude, Juventude, Juventude — vibra.
Os detalhes curiosos da relação de Celina com o time também passam pela camisa. Ela não gosta das somente verde ou branca. Para a torcedora de 105 anos, só vale se for a listrada. E é com uma delas que irá torcer na final. O futebol segue gigante.