O técnico Roger Machado mantém uma base de time neste começo do Campeonato Gaúcho. Nas quatro primeiras rodadas, a equipe do Juventude pouco tem mudado. O desenho do sistema tático é bem definido. Por exemplo, no meio-campo, Caíque, Jadson e Jean Carlos atuaram todas as rodadas. Na frente, sempre três homens também no ataque. O elenco teve cerca de 15 dias de pré-temporada até a estreia no Gauchão. Sobre uma avaliação da equipe até o momento, o treinador prefere adotar a cautela.
— O campeonato está na sua quarta rodada, um grupo que do ano passado para hoje acrescentou muitas peças. Os jogadores estão se conhecendo. Às vezes tem que se conhecer no jogo, pois tem muito mais descanso que treino. É precoce para fazer avaliação, mas o Juventude entra para fazer um ano forte. Não estamos entrando o ano para ser coadjuvantes, queremos ser protagonistas — destacou Roger Machado.
Contra o Grêmio, na derrota por 1 a 0, o técnico repetiu o time das duas primeiras rodadas com uma alteração apenas. O centroavante Gilberto, a grande contratação do clube na temporada, fez a sua estreia com a camisa alviverde. Sem tempo para testar alternativas, o técnico opta por mexer o mínimo na equipe. Depois do duelo na capital gaúcha, o treinador criticou o calendário.
— Nós estreamos com menos de 15 dias de preparação. O que eu posso falar do campeonato, o nível está no começo, vamos ver muita coisa. Jogos a cada três dias, viagem e deslocamento. Por vezes eu tenho a impressão que não se pensa na qualidade do futebol gaúcho. Se pensa em organizar o calendário não sei pensando no que. Precisamos lidar com esse cenário, pois final de semana já tem jogo de novo e é jogo decisivo — opinou Roger.
O G1 E G2 DE ROGER MACHADO
Com os jogos quarta e domingo, quem começa as partidas tem menos tempo de treino se comparado com os demais atletas do grupo. Roger Machado chegou a citar que trabalha com dois grupos de atletas, o G1 e o G2. Os jogadores que iniciam um jogo são do G1, com quem o técnico tem um planejamento de trabalho diferente de treinos, pois é preciso fazer a recuperação para a rodada seguinte. Já o G2 é quem começa no banco e tem mais contato na semana com as ideias do treinador alviverde.
Os atletas do G1, que são os que jogam, eles só jogaram. Tive com eles uma semana e depois a gente teve jogo a cada três dias
ROGER MACHADO
Técnico do Juventude
— O G2 que chamamos, é o pessoal que fica no banco. E também quem mais treina e quem mais tenho conseguido colocar minha ideia de jogo. Tenho falado para os atletas que serão eles os responsáveis por traduzir a minha ideia para acelerar o processo de quem está jogando. São eles que mais tiveram contato com o dia a dia do treinamento. Os atletas do G1, que são os que jogam, eles só jogaram. Tive com eles uma semana e depois a gente teve jogo a cada três dias — declarou Roger, que completou:
— É muito feedback por vídeo, conversa ao pé do ouvido e muitas correções no detalhe do que dá no dia a dia. O desafio é esse. Implementar um modelo. Não parto do zero, pois vi uma base sólida, mas colocando minhas ideias sem mexer demais, pois pode gerar problema.
O time titular do Juventude que iniciou o confronto com o Grêmio teve Lucas Wingert; João Lucas, Zé Marcos, Boza e Alan Ruschel; Caíque, Jadson e Jean Carlos; Erick, Lucas Barbosa e Gilberto.