Vencer o lanterna da competição parece ser uma tarefa fácil pra quem é forte candidato ao acesso à Série A em 2024. Mas o caminho do Juventude pra chegar nesta condição foi muito mais espinhoso do que se possa imaginar. Em pelo menos sete confrontos, o Verdão chegou como favorito, mas não confirmou a vitória. E apesar dos excelentes números conquistados com a chegada de Thiago Carpini, enfrentar equipes da parte de baixo da tabela sempre foi a maior dor de cabeça da equipe alviverde.
Derrota para o Tombense, em casa, e empates para Ponte Preta, Sampaio Corrêa, Chapecoense e Londrina são alguns dos resultados inesperados que o clube obteve ao longo de 35 partidas. O caminho rumo à Primeira Divisão poderia estar sacramentado há algumas rodadas não fossem "as zebras" no caminho alviverde. O próprio ABC tirou pontos do Ju no primeiro turno, ao empatar em 1 a 1, em pleno Alfredo Jaconi.
E para fechar a semana fazendo seis pontos, que podem ser decisivos na conquista da vaga, o Juventude terá pela frente, além do time de Natal, a Ponte Preta, que luta desesperadamente contra o descenso.
— Temos que redobrar a atenção. Se você está ganhando e o adversário só está esperando uma bola e ela acontece, precisamos ter cuidado porque nos jogos contra ABC e Ponte Preta vai acontecer exatamente isso. Jogos que temos que nos impor. Quem estará brigando por coisas grandes na competição somos nós. Mas não de qualquer jeito. Fica também o exemplo do Tombense, quando tomamos a virada no primeiro turno — avaliou o volante Jean Irmer.
Vestiário calejado
As experiências que o time passou ao longo da competição nacional servem de exemplo para que não haja mais tropeços na reta final. Uma das lideranças da equipe, Jean ainda aponta como o técnico Thiago Carpini moldou o time que luta pelo acesso.
— Dentro do vestiário, por mais que a gente tinha três pontos quando o Carpini assumiu, na penúltima colocação, fizemos uma reunião entre nós e falávamos que o nosso grupo era bom. Com boas peças e um ambiente saudável no vestiário. Sabíamos que em algum momento ia ter essa virada de chave. Só que nós dizíamos que se deixássemos pra mais tarde, iríamos brigar apenas pra não cair ou ser mais um na tabela. Se virássemos a chave naquele momento, brigaríamos por coisas grandes — destacou o camisa 5, que ainda completou:
— Agora, no final da temporada, quando você vê muitos times começando a ter um declínio, o Carpini sabe reinventar a equipe. A gente muda de três volantes e sai pra dois; puxa um Vini pra lateral direita, fazendo ele render. Então, temos um treinador que consegue extrair o melhor do grupo e por isso estamos brigando pela posição que estamos hoje.
Ainda de acordo com Jean, não é hora de lamentar ausências como Nenê e Gabriel Taliari. O meia está fora do restante da competição, enquanto que o atacante está suspenso.
— O professor fala muito uma frase que diz "ausência de uns, oportunidades pra outros". Falei antes da partida pros meninos que time vence jogo e grupo vence campeonato ou conquista acesso. Quando você coloca o coração na jogada, temos um propósito. E se todo mundo abraçar vai dar certo — finalizou.
Os sete jogos que servem de lição para o Ju não voltar a tropeçar:
:: Juventude 1x2 Tombense, pela 12ª rodada. Mineiros estavam em 19º lugar na tabela;
:: Juventude 1x1 ABC, pela 17ª rodada. Time de Natal estava na lanterna;
:: Ponte Preta 0x0 Juventude, pela 18ª rodada. Paulistas estavam em declínio na competição, em 13º
:: Juventude 0x0 Sampaio Corrêa, pela 24ª rodada. Equipe maranhense estava em 15º;
:: Juventude 0x0 Chapecoense, pela 26ª rodada. Time de Chapecó estava em 16º;
:: Tombense 1x1 Juventude, pela 31ª rodada. Mineiros estavam em 18º;
:: Juventude 2x2 Londrina, pela 33ª rodada. Paranaenses estavam em 19º.