A segunda-feira (16) foi agitada no Estádio Centenário. Pela manhã, reuniões e definições quanto à saída do técnico Luan Carlos, que recebeu proposta do Brusque na Série B. Durante à tarde, uma entrevista coletiva foi convocadas e o presidente do Caxias, Paulo Cesar Santos, comentou sobre a troca no comando da equipe e outros assuntos. Diferente de outros momentos, o dirigente foi mais transparente nas respostas.
Em 30 minutos de entrevista, o mandatário grená explicou o planejamento da contratação do novo técnico e a dificuldade em cobrir a proposta do Brusque por Luan Carlos. Outra situação que chamou a atenção foi quando o presidente subiu o tom sobre as críticas nas redes sociais. Mesmo perguntado para quem seria o recado, não respondeu e pediu respeito à instituição.
— Estamos nos entregando ao máximo. Sempre pensando no melhor para o Caxias. Aqui, ninguém é bobo e nem criança. Estamos conduzindo essa grande instituição. Estamos trabalhando muito sério e assim seguiremos até o fim do meu mandato — comentou Paulo Cesar Santos, que completou:
— As redes sociais falam. Mesmo eu não olhando, as mensagens chegam. As pessoas têm que respeitar a instituição. As pessoas podem não gostar da forma como o presidente se porta ou não gostar do presidente, mas acima está a instituição. O Caxias tem que ter mais respeito. Está faltando um pouco de respeito. Todos estão comprometidos ao máximo, doando tempo e lado financeiro, colocando os próprios recursos. Nós resgatamos a credibilidade desse clube. Não podemos entregar a chave do cofre para qualquer pessoa. Isso já aconteceu e teve situações desastrosas.
O presidente seguiu sua fala sobre o tom das cobranças recebidas:
— Antes de criticar, tem que entender o processo. Pessoas que são referências na nossa cidade, cabe um pouco de aprofundamento e entender mais o processo. Quem está ouvindo vai saber. Eu vejo os comentários nas redes sociais do clubes e isso gera desconforto no patrocinador, sócio, apoiador. Essas pessoas que criticam teriam que pensar como o patrocinador vê.
SAÍDAS DO CLUBE E CONTRATAÇÕES
O Caxias é cobrado por não realizar mais contratações. Inclusive, esse era um pedido diário do ex-técnico Luan Carlos. Novas peças ainda não chegaram por conta da dificuldade financeira.
— O que faz falta é recurso. Sabemos das nossas limitações. Fizemos as contratações com os recursos que tínhamos. Gastamos esse recurso, mas o que temos ainda não deu retorno necessário dentro de campo. Se acertamos ou erramos, só o tempo vai dizer, mas precisamos de mais e maior resultado. Precisamos chegar às primeiras colocações no campeonato. Vamos buscar mais recursos para buscar reforços — falou Paulo Cesar Santos.
Só neste ano, o Caxias perdeu três pessoas no departamento de futebol e todas saíram com algum tipo de descontentamento. O ex-gerente de futebol Renan Mobarack e o ex-vice-presidente de futebol Ernani Heberle, em momentos diferentes, saíram por falta de autonomia. O técnico Luan Carlos queria mais contratações e não estava contente. Aproveitou uma proposta melhor e saiu.
— O Luan, não sei se saiu descontente. Me passou o contrário. Claro que gostaríamos de ter mais recursos financeiros e trazer mais reforços. Renan, gostaria de ter liberdade para contratar mais atletas, mas passa por recursos. Não temos recursos financeiros suficientes para contratar o que esses profissionais querem. Ernani, já viveu o Caxias no momento turbulento e tem total noção o que é o Caxias neste momento. Não podemos contratar pessoas se não temos como pagar. Contratar errado e não ter recurso para pagar, o ambiente no vestiário fica muito pior — afirmou o presidente que não descartou novos reforços e saídas do elenco:
— Estamos trabalhando na busca por recursos e nós estamos olhando para o nosso elenco. Estamos de portas abertas para chegadas e saídas. Quem não comprar o projeto, não serve. Temos um objetivo maior que é o acesso.