Os jogadores são considerados as grandes estrelas do futebol. Eles decidem os jogos e ajudam os times nos seus objetivos. No entanto, o trabalho dos profissionais de fora do campo ajuda no brilho dos atletas. No Juventude, não é diferente. Gian Oliveira, preparador físico do clube, é o responsável direto pela condição dos atletas. O profissional chegou ao Papo em 2020 e tem participação direta nas conquistas de acesso a Série A e na permanência na elite nacional.
Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, Gian Oliveira comentou sobre o período pequeno de preparação que o Juventude terá até a estreia no Gauchão. O jogo inicial passou do dia 22 para 26. Com isso, o Verdão ganhou alguns dias de treinos.
— O período é muito curto e os atletas se apresentam para serem analisados de maneira individual. A análise precisa ser do perfil físico de cada um e, principalmente, o lastro. A gente avalia muito a temporada anterior, quantos jogos ele fez, quantas lesões teve, que tipo de lesão. É um tempo muito curto e temos que deixar o atleta bem preparado já para o primeiro jogo. Não esperamos que o atleta esteja no ápice físico na estreia, mas dentro de um planejamento, vamos utilizar os primeiros jogos como forma de treinamento — disse Gian, que completou:
— Nós teremos um pouco mais de 10 dias. Neste período, envolve exames, apresentação, não temos exatamente todo o período. Com essa mudança de calendário, ganhamos quatro dias, dá quase 40% do total de dias que nós teríamos. O nosso período de aquisição vai até sábado da próxima semana. Numa pré-temporada curta, teremos um ganho imenso.
Em meio ao tempo curto, os casos de covid-19 podem acontecer e aumentar as dificuldades da pré-temporada. O Juventude teve cinco casos na última semana, mas não divulgou os nomes. Desses cinco, três são atletas (dois são da base).
— Temos que respeitar esse período de isolamento e, em cima disso, temos um baque no nosso planejamento. Ou seja, uma pré-temporada com tempo curto, um atleta que testou positivo não pode treinar. Teremos que reavaliar no retorno e o prejuízo para a estreia é muito grande. Nosso prejuízo é imenso, já que a pré-temporada é curta — explicou Gian Oliveira.
Poucas lesões em 2021
Na campanha de acesso à Série A, o Juventude conseguiu um trabalho equilibrado e integrado entre a preparação física, fisiologia e do departamento médico do clube. Com isso, durante a Série B, teve 14 lesões entre musculares e articulares. Um número considerado baixo. No ano passado, na Primeira Divisão nacional, esse número foi ainda menor. Somente 12 lesões. Portanto, essa equipe de profissionais tem papel importante nas conquistas recentes do Ju.
— É por esse trabalho multidisciplinar e principalmente pelo estudo individualizado de cada atleta, de cada necessidade. Envolve recuperação, nutrição, hidratação. Nós tivemos 12 lesões durante a temporada, incluindo lesões traumáticas. Isso se for comparar com outras equipes que atuaram mais que nós, se for pela minutagem, nós vamos nos aproximar deles. Em nenhum momento, poupamos jogadores. Começamos a temporada com foco em deixar o atleta forte e apto a performar em alto rendimento, e depois entramos com trabalho de recuperação para render nos jogos seguidos — comentou o preparador físico.
O volante Elton foi uma das lesões do ano passado. Inclusive, foi a mais grave. O jogador era o capitão lesionou o tendão do quadríceps do joelho direito e ficou mais de cinco meses sem poder jogar. Para a atual temporada, existe uma preparação mais específica para o jogador, que está apto a jogar durante o Gauchão.
— Eu acredito que irá demandar algumas rodadas, porque esse atleta teve uma lesão grave, uma ruptura do tendão patelar, que é o tendão mais forte do nosso corpo. Ele está voltando ao convívio normal e iniciando o treinamento. Da lesão até o inicio são cinco meses. Esse atleta vai demandar de um tempo um pouco maior para performar em alto rendimento, porque a lesão foi grave. Então, muito difícil ele estar em alto rendimento já nas primeiras partidas — finalizou Gian.