Jair Ventura, ao chegar no Juventude, tem como missão livrar a equipe do rebaixamento no Brasileirão. Para isso, terá 11 partidas até o fim da competição, quando chegar entre os 16 primeiros representará cumprir o objetivo da temporada de se garantir na elite para 2022.
A estreia do treinador de 42 anos no comando alviverde será no próximo sábado (22), contra o Ceará, às 17h, no Estádio Alfredo Jaconi. Com três treinamentos até o primeiro confronto, o técnico não quer impor seu jeito, mas fortalecer a característica do clube.
— Não quero o Juventude com a minha cara. Quero o Juventude com a cara do Juventude. Um time competitivo. E a gente não negocia competitividade. É obrigação. Raça, entrega e luta é obrigação. Partindo desse princípio, você pode fazer grandes jogos e brigar com qualquer equipe — afirmou o técnico, que não pretende um rompimento total com o que foi feito até então por Marquinhos Santos, seu antecessor no cargo:
— Nos clubes que eu chego, faço poucas mudanças imediatas. Tem o trabalho do Marquinhos e de toda a comissão técnica. Fui staff durante 10 anos, sei da importância de todos os profissionais que envolvem. O treinador é apenas uma figura atrás de pessoas muito qualificadas.
Com o período de inscrições para novos jogadores no Brasileirão encerrado, Jair terá que contar com o grupo atual para cumprir a meta do clube. Para ele, no entanto, essa situação não chega a ser um problema:
— Sou um treinador que, sempre quando chego, olho primeiro para dentro para depois para fora. Nesse caso, não temos a possibilidade de contratação. Fica mais claro essa situação de olhar cada vez mais para dentro. Já marquei um treino com o sub-20, fui treinador de categoria de base e sei da importância de estar conectado. É uma marca dos meus trabalhos onde passei de ter lançado jovens.
Na temporada, o técnico já comandou Sport e Chapecoense. Na carreira, carrega também trabalhos em Botafogo, Santos e Corinthians, somando campanhas importantes nestes clubes. Porém, na sua chegada ao Jaconi, Jair tentará escrever uma história nova na Papada.
— Uma oportunidade única. Temos que quebrar o retrovisor para que dar possa dar certo aqui. O que eu fiz de bom, não vai fazer com que eu permaneça até o final do meu contrato e o que não fiz, não vai fazer com que eu saia agora. Tenho que construir uma nova história. Estou com sangue nos olhos, como em todos meus trabalhos. Não sei fazer nada mais ou menos, me entrego de corpo e alma — disse o treinador, mostrando confiança na diretoria alviverde:
— Vim com o propósito único de ajudar o clube, confio nas pessoas que estão gerindo. Parece que hoje é uma obrigação ter os compromissos em dia, mas sabemos no futebol que isso não é uma realidade. E aqui a gente encontra isso.
Estreia e confrontos diretos
Se o confronto direto contra o Grêmio foi decisivo para a saída de Marquinhos, as partidas contra Ceará e Bahia, ambas no Jaconi, serão importantes para a boa arrancada do treinador no Ju. Porém, para o treinador, as atenções estão voltadas para um confronto.
— Meu foco é total no Ceará, nosso próximo adversário. Tirar esse peso de cinco jogos sem vencer. Respeitando, lógico, a equipe muito qualificada que é o Ceará, que é uma equipe que também está bem estruturada e investiu bastante na folha salarial de seus atletas. Mas jogando em casa, temos que ser superior, passar por cima disso tudo e conseguir os três pontos, que é o mais importante nesse momento — afirmou o comandante alviverde, ciente na necessidade do triunfo em casa:
— É muito importante a vitória. A gente vem de cinco jogos sem vencer. A gente sabe que futebol é muito emocional, que um momento ruim afeta. Gosto de trabalhar a parte motivacional, do ser humano, não vejo só um atleta como um objeto, um funcionário. Temos que otimizar, temos pouco tempo. Não penso no meu segundo adversário. Penso no primeiro. E pode ter certeza que, enquanto aqui eu estiver, meu próximo jogo vai ser minha final de Copa do Mundo.
Somar seis pontos na sequência, logo na arrancada de seu trabalho, fará do caminho de Jair Ventura no Juventude mais fácil rumo à meta do clube. No entanto, para fazer com que isso aconteça, o técnico conta com a presença do torcedor nos dois jogos no Jaconi para fazer a diferença das arquibancadas para o campo:
— Não vamos conseguir sem vocês. Se não estiverem com a gente, não comparecerem. Voltou o público, dentro do possível, e passa a ser outro campeonato. Sei que é muito diferente jogar com ou sem torcida. Aproveito para convocar nossa torcida nesses seis jogos que vamos fazer em casa, que pode ter certeza que vão fazer a diferença junto com a gente.