A alternância no posicionamento dos três jogadores do meio-campo não é uma novidade nos trabalhos de Marquinhos Santos. No Juventude de 2019, por exemplo, a equipe jogou muitas vezes em um tripé, sendo Jataí o jogador mais recuado, com Moisés por um lado e Denner pelo outro, ou com uma dupla de volantes, formada por João Paulo e Gustavo Aprile, e um meia mais avançado, como Renato Cajá ou Rafael Bastos.
Em 2021, a história se repete. A equipe começou o ano enfrentando o Inter no Beira-Rio com João Paulo, Yago e Gustavo Bochecha. Na sequência, o treinador tentou introduzir o meia Renan Bressan no time, mas só encontrou o equilíbrio com Guilherme Castilho com a camisa 10. A partir da chegada de Wescley, em abril, o Verdão voltou a contar com um meia. Entretanto, também houve uma tentativa de três volantes, no duelo da Copa do Brasil contra o Vila Nova, em Goiânia-GO.
O esquema embalou com João Paulo, Castilho e Wescley na reta final do Gauchão e começou assim nas primeiras rodadas do Brasileiro, depois ganhando o acréscimo do capitão Élton como primeiro volante. Porém, na vitória sobre o Flamengo, ele foi novamente modificado.
Com a ascensão de Matheus Jesus, que teve bom desempenho no segundo tempo contra o Sport e nos 90 minutos diante do América-MG, Marquinhos conseguiu fortalecer o setor diante do Flamengo com o tripé com Élton, Castilho e Jesus. Desta forma, Wescley foi deslocado para a ponta direita, participando mais da recomposição quando a equipe não tinha a bola, e a vitória deu créditos para a continuidade da ideia.
— Procuro não dar palpites na formação, isso é mais com o Marquinhos. Jogamos bem com três volantes contra o Flamengo, mas contra o América e contra o Sport jogamos bem também com dois volantes. Então isso é com o treinador, ele tem opções dentro do grupo — comentou Matheus Jesus, que domingo fez seu segundo jogo completo pelo alviverde.
Para o comentarista da Rádio Gaúcha Serra, Maurício Reolon, o importante é o elenco oferecer possibilidades de variações táticas conforme a partida.
— Com Jesus e Castilho juntos no meio, o time ganha intensidade na marcação e oferece uma liberdade maior ao Wescley. Além disso, acrescenta a qualidade de passe do Jesus, que já mostrou ter uma visão de jogo diferente — afirma Reolon.
Afirmação de Jesus
Contratado em abril, Matheus Jesus foi entrando aos poucos na equipe, pois se apresentou fora da forma física considerada ideal pela comissão técnica. No Gauchão, participou dos jogos contra Aimoré e Inter. No Brasileirão, entrou contra Athletico-PR, Santos e Sport, até tornar-se titular contra o América-MG, após a suspensão de Guilherme Castilho.
— Posso crescer mais ainda. Acredito muito em mim e sei do meu potencial, que posso ajudar o Juventude. É só um começo de processo, pois vinha há muito tempo sem jogar. Estou começando a pegar sequência, completando dois jogos seguidos e indo bem. Espero jogar mais, com humildade, e ajudar o Juventude — disse Jesus, destacando que foi cobrado em sua chegada ao clube:
— Quando eu cheguei aqui, teve cobrança, mas também teve bom senso dos dois lados. Eu estava parado há dois meses, fiquei só em casa. Então é normal voltar mais pesado e completamente sem ritmo. O Gian (Oliveira, preparador físico) e o Marcão (Galgaro, fisiologista) procuraram me ajudar e está dando certo.
Jesus está emprestado ao Juventude pelo Corinthians. No ano passado, atuou pelo Bragantino.