
Quem viu a passagem do tornado por Erval Grande, no norte gaúcho, na tarde da última sexta-feira (9), não vai esquecer daquelas cenas tão cedo. É o que diz o empresário Dulcimar Boiareski, que presenciou o fenômeno climático na comunidade rural de Pinhalzinho.
Ao todo, 300 estruturas tiveram danos, entre residências, empresas e barracões industriais. A cidade de 5 mil habitantes decretou situação de emergência por causa dos estragos.
Boiareski lembra que era por volta da 15h e estava trabalhando no viveiro da propriedade quando o céu mudou. Primeiro veio a garoa fina e depois começaram a surgir nuvens um pouco esbranquiçadas e amarelas. Foi questão de segundos até o tornado começar.
— A gente correu para o barracão para se proteger da chuva e nisso começou a levantar tudo. Não passaram 10 segundos e o barracão, a estufa, o escritório, a casa e as árvores foram tudo abaixo. Não sobrou nada — lembra.
O fenômeno fez com que Boiareski perdesse 120 mil mudas que cultivava na propriedade. Mas a frustração não se compara ao pânico de temer pela própria vida naqueles segundos em que o tornado passou pelo local:
— Todo mundo ficou desesperado, chorando. Todo mundo pensou que ia morrer. Entramos dentro de um banheiro para nos proteger. Não tem palavras para explicar.
Agora, Boiareski e a família trabalham para recuperar o prejuízo. A estufa, barracão e escritório precisarão ser reconstruídos.
— Jamais vi algo parecido. Sempre víamos na TV, mas viver é diferente. É questão de segundos, não sobra tempo para pensar no que está acontecendo — resumiu.
Cidade está em situação de emergência
Ainda no sábado (10), Erval Grande decretou situação de emergência. A zona rural foi a mais afetada pelo vendaval, onde algumas casas seguem sem energia elétrica. A previsão é de que o serviço seja retomado nesta segunda-feira (12).
Conforme o coordenador de Defesa Civil do município, Alan Imlau, 55 famílias saíram de casa e foram realocadas. Ninguém ficou ferido durante o temporal.