A relevância de Caxias e Juventude no cenário do futebol do Rio Grande do Sul é inegável. A dupla Ca-Ju aparece constantemente entre os finalistas do Campeonato Gaúcho e, em duas oportunidades, derrubou o poderio de Grêmio e Inter e chegou ao título estadual.
No espaço de 63 anos entre a conquista do extinto Renner, de Porto Alegre, em 1954, e o título do Novo Hamburgo, em 2017, apenas Juventude, em 1998, e Caxias, em 2000, conseguiram se intrometer em um hegemônico domínio da dupla Gre-Nal entre os campeões do Gauchão.
Neste domingo (2), Grenás e Alviverdes começam mais uma tentativa de chegar em uma final do Gauchão. Para isso, o Caxias terá que passar pelo Grêmio, enquanto o Papo terá que derrotar o Inter. A chance de um Ca-Ju na final do Estadual existe, mesmo que todos estejam cientes da dificuldade que encontrarão.
Há 13 anos que os times da cidade não chegam juntos em uma fase semifinal de Gauchão, seja por fórmula do campeonato, que em vários anos foi com turno e returno, ou porque um dos não conseguiu alcançaram essa fase. A temporada 2021 já marca um novo momento histórico para o futebol de Caxias do Sul.
Na história
Em 2012, quase houve uma decisão de turno com o clássico caxiense. O Caxias derrotou, nos pênaltis, o Grêmio no início na tarde de 26 de fevereiro, mas o Juventude foi derrotado pelo Novo Hamburgo na noite do mesmo dia e o Ca-Ju pelo título da Taça Piratini não aconteceu.
No modelo em que o Estadual foi disputado em 202o, desde 2008 que Caxias e Juventude não chegam juntos na semifinal. Naquele ano, o Papo foi para a final, depois de passar pelo Grêmio nas quartas de final e pelo Inter-SM na semi. Contra o time de Santa Maria, o Juventude, do técnico Zetti, perdeu no Alfredo Jaconi por 1 a 0, mas conseguiu vencer no Presidente Vargas por 4 a 2. Nunes, Leandro Cruz, Mendes e Helder fizeram os gols que garantiram o time na decisão.
O Caxias, por sua vez, passou pelo São José-PoA, nas quartas. Na semifinal, porém, o grená, comandado por Gilson Kleina, não conseguiu segurar o Inter e perdeu por 1 a 0 no Centenário e por 2 a 1 no Beira-Rio. Na final, o Colorado saiu com o título com o histórico 8 a 1 sobre o Juventude no jogo de volta da decisão — o Papo havia vencido na ida por 1 a 0, com gol de Maycon.
Mas foi um ano antes, porém, que a final com Ca-Ju esteve mais próxima. Enquanto o Juventude encarou o Veranópolis na semifinal, o Caxias enfrentou o Grêmio — mesmo adversário de 2021.
Depois dos jogos de ida, a expectativa de Ca-Ju na final era quase incontrolável, e parecia uma situação irreversível. Em 14 de abril, o Juventude, do técnico Ivo Wortmann, venceu no Antônio David Farina por 2 a 0, com gols Radamés e Veiga. No dia seguinte, no Centenário, o Caxias, comandado por Edson Gaúcho, aplicou um sonoro 3 a 0 no Grêmio, com Juninho, Heverton e Thiago Machado.
Porém, no jogo da volta, em 20 de abril, Grêmio conseguiu uma reviravolta e aplicou 4 a 0 no Grená, passando para a final e impedindo novamente o clássico na decisão. Dois dias depois, o Juventude perdeu para o VEC, por 2 a 1, mas carimbou seu passaporte para a finalíssima.
Na decisão, o Ju até conseguiu um empate, por 3 a 3, no Jaconi, mas acabou levando 4 a 1 no Olímpico e ficou com o vice-campeonato estadual.
Em 2021, o Juventude, de Marquinhos Santos, e o Caxias, de Rafael Lacerda, têm nova oportunidade de fazer uma final inédita no Gauchão. E essa luta começa a partir desse fim de semana.