O Juventude terá o 2021 em um outro patamar. Seja na cobrança ou também no investimento. A Série A do Campeonato Brasileiro exigirá um maior aporte financeiro para montagem do elenco que disputará a competição. Além disso, fora das quatro linhas o clube segue pagando dívidas do passado. O apoio do torcedor será fundamental para a consolidação do Verdão na elite do futebol nacional.
— Nosso apetite em termos de Série A passa por uma cobrança em cima da parceria com nosso torcedor. A gente sabe da situação geral econômica que o país atravessa, mas o Juventude encerrou a Série B com mais de três mil sócios e muito aquém do que imaginamos para uma Série A. Fizemos a campanha do Iluminar e ficou muito aquém no primeiro momento. Essa é hora que o torcedor tem que estar do nosso lado e contribuir. Não estamos pedindo contribuições grandiosas, qualquer uma é bem-vinda. Nós precisamos de sócios, porque é uma receita ordinária e nós colocamos em orçamento e com orçamento nós fizemos projeção de time passando um percentual para o departamento de futebol — comentou o presidente Walter Dal Zotto Jr em entrevista à Rádio Gaúcha Serra, antes de completar:
— Nós vamos trabalhar um pouco diferente esse ano. Conforme a evolução do quadro de associados. Nós não vamos colocar receitas extraordinárias neste orçamento como venda de atletas ou passagem em Copa do Brasil. Vamos fazer algo garantido e confirmado e, a partir, dessa evolução na Copa do Brasil e da evolução do quadro social, nós vamos fazer mais investimento no futebol. Esses valores que entrarem de associados, a partir de agora, irão todos canalizados para o departamento de futebol. Isso é bom o torcedor ter ciência. Ele é o nosso grande parceiro. Nosso apetite será proporcional ao dos torcedores — afirmou o presidente.
O ano de 2020 foi difícil na questão econômica devido à pandemia. As receitas diminuíram e o clube deve que se adaptar a uma nova realidade. As dívidas do passado ainda continuam sendo pagas e a direção também precisa pagar premiações pelas conquistas dessa temporada.
— O Juventude tem algumas questões pontuais que precisam ser acertadas. Nós temos premiações para pagar, algumas coisas que ficaram do ano passado em termos de fluxo de caixa. Foi um ano muito difícil, porque quando você trabalha em cima de demonstrativo de resultado e faz um orçamento, os números do ano até são equilibrados. O problema é que no fluxo de caixa tem compromissos antigos que precisamos honrar. Muitos processos estouraram nos últimos dois anos e temos que fazer acordos. Algumas coisas foram bloqueadas e reduziu a nossa receita. Quando falamos de coisas passadas, não estamos de forma alguma criticando quem passou pelo Juventude. São questões que atrapalham no nosso fluxo de caixa — revelou o presidente alviverde.
A atual direção do Juventude calcula que nos últimos dois anos pagou mais de R$ 10 milhões em processos antigos. Para 2021, de 20 a 25% do orçamento estará comprometido com dívidas. Por isso, o a receita de quadro social é importante na ajuda ao futebol.
— Para o torcedor ter uma ideia, nestes últimos dois anos, pagamos mais de R$ 10 milhões de contas que não eram do exercício normal. Imagina se colocássemos isso no futebol. Acredito que teremos entre 20 a 25% do orçamento comprometido para resolver essas questões pontuais para as administrações futuras tenham como preocupação, além do Profut especificamente com orçamento do ano. É o momento de resolver e equalizarmos essas questões para teremos tranquilidade nos próximos anos — finalizou Waltinho.