O acesso do Juventude para o Campeonato Brasileiro da Série A terá um grande impacto na vida do clube. Não só dentro de campo, mas também nas estruturas que vão além do futebol. Na frente dessa fase vencedor do clube, o presidente Walter Dal Zotto Jr. e seus pares na direção já trabalham o futuro alviverde. Tanto é que, menos de 48h após conquistar o acesso e menos de um dia depois de ter voltado para Caxias do Sul, os dirigentes já estavam reunidos planejando o 2021.
Pioneiro/GZH conversou com o mandatário alviverde, que saiu da Série C para a elite com dois acessos consecutivos para saber o que pensa Waltinho para o futuro do Ju.
Impacto imediato do acesso no planejamento
— Nós fizemos um planejamento com o que tínhamos garantido, que era a Série B. A partir de quando o clube garantiu a Série B, nós sentamos, fizemos um planejamento com orçamento visando essa competição. Com o acesso, vamos planejar e confirmar qual a receita certa de TV e qual receita poderá contar para esse ano, em que período elas vão entrar. Nessa semana vamos atrás para ver o orçamento que vamos ter para dividir qual investimento vamos fazer no futebol. Já sabemos algumas pendências antigas que vamos resolver.
Contato com a Turner (TNT Sports)
— Vamos conversar essa semana. Tivemos contato com alguns presidentes da Série A para entender o valor de TV e como funcionaria, para termos uma ideia inicial do que está pagando. Não dá para ter pressa. Temos que ter tranquilidade para fazer um negócio que seja bom para o Juventude na sequência.
Melhoras estruturais
— Temos umas questões fiscais para resolver no mês de fevereiro para conseguir a negativa e encaminhar, através de lei de incentivo, alguns projetos. Já tínhamos um projeto de modernização do Jaconi, como a troca do alambrado por vidro, ampliação das cabines de imprensa, a colocação do elevador, a questão das cadeiras. Já temos coisas desenhadas em cima disso. No CT, sim, vamos ter que fazer um plano-diretor geral para fazermos com que o futebol seja todo lá em cima. Que os atletas se apresentem lá, levar departamento médico, fisioterapia, academia e todas essas questões em um primeiro momento. Melhorar os gramados de cima, onde a base joga. E, num segundo momento, fazer os alojamentos lá em cima. Para isso, precisamos fazer portaria, ter segurança. O ideal é fazermos isso com lei de incentivo e não utilizar o dinheiro que vem da TV nesse primeiro momento.
Investimento e inflação no futebol com o acesso
— O clube vai ter um orçamento que vamos passar para o departamento de futebol e vamos trabalhar em cima dele. Como fizemos esse ano na Série B. Não vamos dar um passo maior que nossa perna, é muito pé no chão. Não vamos endividar o clube para fazer loucuras. Vamos tentar montar uma equipe competitiva, como fizemos nas Séries C e B, e procurar, dentro da parceria que temos com a LA Sports, buscar alternativas no mercado.
Apoio da torcida e presença no estádio
— Temos a expectativa que o entusiasmo do torcedor com o acesso do clube se reflita diretamente na questão de sócios. Temos a necessidade de ampliar o quadro social. Não tenho dúvida que vamos ter que ter, no mínimo, 10 mil sócios na Série A. Na Primeira Divisão, provavelmente já teremos um percentual de público. Não se sabe bem ainda, mas se tem a expectativa que possa voltar em 20 ou 30%. Nós vamos privilegiar os sócios. Não vamos vender ingressos. Vamos priorizar aqueles que mantiveram os pagamentos até agora. Temos planos interessantes, que eu tenho certeza que quem acompanhou e vibrou muito com esse acesso, poderia nesse momento estar do lado do clube para se associar e fazer com que aumente o quadro social e a receita ordinária, para podermos fazer investimentos maiores no elenco profissional.