Após a saída do técnico Pintado, que irá trabalhar na Ferroviária-SP, a direção do Juventude começou a busca pelo novo treinador. O profissional terá o desafio de comandar o time no retorno à elite do futebol brasileiro. Além disso, terá no início da temporada o Gauchão e a Copa do Brasil. Entre as características para ser o comandante alviverde está trabalhar com jogadores das categorias de base e conhecer o mercado da Série A do Brasileirão.
— Nós queremos um treinador que trabalhe com a base e conheça bem a Série A, porque é diferente. Vamos ter que montar um grupo bem aguerrido, sanguíneo, um grupo que saiba se proteger, grupo que saiba atacar com equilíbrio, mas que tenha os cuidados mais defensivos. Temos que reconhecer nossa força, não vamos chegar batendo de frente com todo mundo. Como já temos um grupo desenhado, esse treinador vai ter que aceitar essa ideia — disse o vice de futebol do Juventude, Osvaldo Pioner.
Mesmo que o Juventude comece a temporada 2021 no final do mês de fevereiro, com o Campeonato Gaúcho, e os treinos do grupo principal reiniciando no dia 10, a direção não tem prazo para definir o novo nome. A contratação do treinador dependerá da aceitação dos padrões impostos pela direção.
— Vamos apresentar um projeto e vai esbarrar muitas coisas essa contratação. Primeiro aceitar nosso projeto e acreditar nele. Segundo, trabalhar com a base. Terceiro, eles têm que entender que não podem pedir um Gabigol, porque o Juventude não vai buscar. São várias coisas que o treinador vai ter que entender bem o espírito do Juventude. Não tem como darmos um prazo. O quanto antes, evidentemente. Se possível, ter esse nome na apresentação ou logo depois. Nós não vamos atropelar datas só para confirmar um nome. Não podemos errar — completou Osvaldo Pioner.
Além dessas condições, o novo treinador também terá que aceitar o patamar salarial que o Juventude pode pagar. Agora, numa Série A, esse padrão de valores aumenta e a direção tem consciência disso, porém não dará nenhuma oferta fora da realidade do clube.
— Mudou o nível da competição e também muda o perfil dos jogadores. Acho que muda o perfil dos treinadores. Muitos batem na A e não se fixam. São coisas que vamos ter que estudar com calma. A questão financeira tem que ser pensada neste momento — comentou o presidente Walter Dal Zotto Jr.
Alguns nomes foram especulados, como Tiago Nunes, Roger Machado e Mano Menezes, já trabalharam no Juventude, mas atualmente estão num patamar elevado e financeiramente seria difícil.
— Se nós analisarmos friamente, neste momento, estão muito acima do que nós poderíamos acertar em termos financeiros. São treinadores que estão num patamar que o Juventude não teria cacife. A gente tem que conversar e estudar o mercado. São dois ótimos nomes, com certeza, mas a questão financeira teria que ser em outro patamar. Esses técnicos gostam de iniciar o trabalho, mas acho que seria nós sonharmos. Vamos ter tranquilidade, vamos conversar com todo mundo. O não a gente já tem — comentou o presidente alviverde.
Objetivos na Série A
Outro fator que será importante na contratação do treinador é entender a melhor forma de jogo para o Juventude buscar o objetivo maior na competição: se manter na elite, sem risco de ser rebaixado e voltar para a Série B.
— Nós não vamos bater de frente com os grandes clubes no primeiro momento. Temos que ter cuidados com um treinador que tenha esse perfil de jogar de forma reativa. Essa análise de perfil de treinador, temos que ter desenhado para disputar a Primeira Divisão. No início, o Juventude vai estar na lista dos que vão brigar contra o rebaixamento. É uma competição muito difícil. O aspecto financeiro é preponderante, mas não é tudo para montar uma equipe competitiva — afirmou Waltinho.
A LA Sports, através do empresário Luis Alberto, parceiro do Juventude, será ouvida e consultada sobre possíveis nomes para assumir o cargo, porém a palavra final será da direção alviverde.
— A LA nos ajuda em todas as contratações e pesquisas de mercado que a gente faz. O Luís tem um relacionamento muito bom com vários empresários e clubes. Evidente que ele vai participar e vai sugerir alguns nomes, mas a decisão vai ser nossa, porque na hora de pagar vai ser nosso orçamento que vai apertar — finalizou Pioner.