A semana é de decisão para o Juventude e o técnico Pintado, que chegou ao clube em meio a paralisação do futebol por conta da pandemia do coronavírus, vive com grande expectativa a oportunidade de levar o clube de volta à Série após 13 temporadas. Em uma competição marcada pela regularidade, mas que também teve muitos momentos de críticas ao seu trabalho, o comandante valoriza o que foi conquistado até aqui. Em entrevista ao Show dos Esportes, na rádio Gaúcha Serra, ele destacou a importância de chegar na reta final da Série B com grandes chances de alcançar o objetivo principal.
— Confesso que a ansiedade é muito grande. Estão todos tensos, emocionados, porque é um grande momento do clube, da nossa vida profissional. Ao mesmo tempo, é muito prazeroso, porque chegar neste momento é algo que nos dá muito orgulho. Vamos seguir nos preparando para alcançar o objetivo — disse Pintado, que ainda citou os desafios emocionais de um confronto como o desta sexta-feira, diante do Guarani (29), às 21h30min, na última rodada da Série B:
— Eu sou um cara muito tranquilo. O futebol é emocional, não só eu. Precisamos do coração quente e cabeça fresca. A gente teve nos últimos jogos essa emoção para buscar o resultado, contra Cruzeiro e Figueirense. O que tento passar é o equilíbrio, porque tenho um pouco de experiência e vivência como jogador desses momentos de decisão. Tentamos equilibrar trabalhando, consertando alguns defeitos e fortalecendo nossas virtudes para esse jogo decisivo.
Aos 55, Luís Carlos de Oliveira Preto, o Pintado, diz vivenciar uma fase especial como treinador:
— Sem dúvidas, é meu melhor momento. E da maioria dos profissionais que estão aqui no Juventude. Tenho valorizado e conversado muito sobre isso. É difícil chegar nessa etapa. Trabalhei praticamente só em São Paulo, onde é difícil chegar em resultados não estando nos grandes clubes. Esse é um grande momento, investi e trabalhei muito para que isso acontecesse. Sou muito agradecido a todos e serei eternamente grato a tudo que vivi no Juventude.
O resultado em campo, segundo Pintado, é fruto de estudo, trabalho e uma equipe competente ao seu lado, dividindo as atividades do dia a dia. O Juventude chega nesta última rodada como o melhor ataque da Série B, dentro do G-4 e dependendo apenas de si para chegar na elite. Para o ex-volante, a ofensividade da equipe é motivo de orgulho.
— Minha vida foi defender o gol. Hoje, tenho a equipe que tem o melhor ataque de uma competição muito difícil. Esse grupo de atletas acreditou, apostou, sempre foi muito respeitoso e tenho certeza que o Juventude vai ter um espacinho na história para todos nós — afirmou Pintado, deixando claro que foi seu grande mentor na carreira:
— Para mim é um orgulho ter conquistado títulos e falar do mestre Telê (Santana). Foi um homem que me orientou muito. Me ajudou, tanto na vida pessoal como profissional. Todos dias que vou para o campo trabalhar pedindo para ele me iluminar. Aprendi com o seu Telê que jogando o futebol de uma forma qualificada, você tem maior chance de vencer e chegar aos objetivos. Serei eternamente agradecido ao mestre.
Outras referências
Como atleta, Pintado trabalhou com Vanderlei Luxemburgo, Zagallo e Carlos Alberto Parreira, entre outros. Profissionais que acrescentaram muito na sua trajetória. Porém, na atualidade, os rivais sulistas são citados como referência:
— Hoje tenho uma admiração muito grande pelo trabalho do Tite na Seleção. É uma referência. O trabalho do Renato, no Grêmio, é o melhor do Brasil. É difícil manter um trabalho de tanto tempo e com resultados. O Abel (Braga), tive um contato muito especial na Ponte Preta, lá atrás. São nomes importantes.
Pintado não quer descansar a cabeça. Quer viver intensamente esse momento e confia muito no seu grupo para levar o Juventude para a Série A. Se chegar lá, a permanência no comando do time é uma tendência:
— Já tenho uma conversa adiantada com a diretoria para permanecer. Tive outras propostas durante o campeonato. Tenho outras agora, mas a minha prioridade é ficar no Juventude. Mas a diretoria é quem avalia se mereço e posso permanecer. Está entregue nas mãos deles.