São 13 temporadas desde a última passagem do Juventude pela elite do futebol brasileiro. Coincidentemente, o alviverde também permaneceu por 13 anos na Série A do Brasileirão — disputou de 1995 à 2007. Agora, o time da Serra tem a chance de voltar a figurar entre os gigantes, e depende apenas de si para isso: uma vitória simples diante do Guarani, na próxima sexta-feira (29), garante o acesso e a alegria dos jaconeros.
De 1994 — quando conquistou o título da Série B e ascendeu à elite — até os dias de hoje, foram muitos momentos de luta e glória para o torcedor. Desde o acesso de 2013 — comandado pelo técnico Lisca, que tirou o Juventude da lama — até o de 2019 — que teve Marquinhos Santos à frente da equipe — são muitas histórias para relembrar. Vamos recordá-las?
1994 - Acesso para Série A
Comecemos por 1994. O Juventude disputou com outros 24 times o título da Série B. E superou todos eles. A estreia da equipe alviverde foi no dia 10 de agosto, no Estádio Elmo Serejo, em Taguatinga. O alviverde derrotou o Tiradentes-DF por 3 a 0, com gols de Mário, duas vezes, e Édson. Ao final da primeira fase, o Ju realizou 10 jogos e conquistou 11 pontos, classificando-se na terceira colocação do Grupo D.
Na fase subsequente, o time da Serra ficou na liderança do Grupo H — com 10 pontos conquistados em seis jogos. A partir daí, faltava apenas um jogo para o Ju conquistar o acesso à Elite. Contra o Americano, foram duas vitórias por 1 a 0 — gol de Mauricinho no primeiro jogo e Julinho no segundo.
Já garantidos na Série A, Ju e Goiás foram para o enfrentamento final: o título. O primeiro jogo ocorreu no Serra Dourada, em Goiânia. Os mandantes ficaram com a vitória por 2 a 1. O gol do time gaúcho foi marcado por Paulo Marcelo. No segundo jogo, no Alfredo Jaconi, o Juventude devolveu o 2 a 1 — gols de Paulo Sérgio e Galeano. Por ter a melhor campanha, o Juventude pôde gritar "É CAMPEÃO" pela primeira vez em âmbito nacional.
Time do Juventude nos jogos do título:
1º confronto: Isoton; Odair, Sandro Blum, Paulo Marcelo e Paulo Sérgio; Galeano, Júnior (Carlos André) e Julinho (Jardel); Lauro, Mário e Édson. Técnico: Heron Ferreira.
2º confronto: Isoton; Odair, Sandro Blum, Paulo Marcelo e Paulo Sérgio; Galeano, Júnior e Lauro; Julinho (Édson), Mauricinho (Veneza) e Mário. Técnico: Heron Ferreira.
2013 - Acesso para Série C
Talvez um dos acessos mais emocionantes da história alviverde: o de 2013. Para poder disputar a quarta divisão do futebol brasileiro e concorrer a uma das quatro vagas para a Série C com outros 40 times, o Juventude precisou conquistar a Copa Hélio Dourado, organizada pela FGF, no ano anterior. Derrotou o Brasil-Pel na final.
Na estreia da competição nacional, o Juventude derrotou a Penapolense-SP, por 2 a 1 no Estádio Tenente Carriço. A partida ocorreu no dia 1º de junho e contou com gols de Rogerinho e Bergson pelo lado verde e branco.
Ao final da primeira fase, o Ju ficou na liderança do Grupo A7, com 15 pontos conquistados em oito jogos. A partir de então, faltariam quatro jogos — dois adversários — para confirmar o acesso. E se o torcedor pensou que seria fácil, se enganou.
Nas oitavas de final, o Ju precisava derrubar o Londrina. O primeiro jogo ocorreu no Paraná e terminou com vitória dos mandantes por 1 a 0. Os gaúchos precisariam reverter o resultado em Caxias do Sul, com o apoio da torcida, e o fizeram — com uma pitada de emoção.
O alviverde saiu na frente, com gol do capitão Rafael Pereira aos 22 minutos. O Londrina, no entanto, aproveitou uma bobeada de Gerley e empatou o placar aos 23 do segundo tempo. E, com isso, estava avançando até os 46. Mas não contava com a estrela de Zulu.
Aos 42, Douglas foi derrubado pelo goleiro Danilo — vítima do acidente da Chapecoense —, a arbitragem marcou penalidade máxima e Zulu chamou a responsabilidade para si. E fez. Cinco minutos depois, a estrela do camisa nove voltou a brilhar. A bola sobrou para ele, dentro da área. Zulu teve tranquilidade para decidir, e, ao som de "Eu acredito", garantir a classificação do Ju.
Restavam dois jogos para o acesso: contra o Metropolitano. E quem acha que foi menos sofrido se engana. As equipes empataram em solo catarinense, em 2 a 2. Esse resultado garantia o Juventude na Série C com um 0 a 0. Na partida decisiva, no Alfredo Jaconi, o placar, de fato, terminou zerado, mas Diogão fez milagre. Aos 32, o zagueirão tirou uma bola em cima da linha, e garantiu o sorriso do torcedor. No apito final, o Juventude estava garantido na Série C.
O alviverde ainda eliminou o Tupi nas semifinais — pelo agregado de 4 a 1 — e enfrentou o Botafogo-PB na final. No entanto, na decisão, o Ju acabou derrotado por 3 a 2 e ficou com o vice. O que não diminuiu em nada a alegria do torcedor.
Time do Juventude nos jogos do acesso:
1º embate: Fernando; Murilo, Rafael Pereira, Claudinho e Gerley (Lucas Veneno); Rodrigo Possebon, Jardel, Itaqui (Chicão) e Rogerinho (Diogo); Douglas e Zulu. Técnico: Lisca.
2º embate: Fernando; Murilo, Rafael Pereira, Diogo e Gerley; Rodrigo Possebon, Itaqui, Rogerinho (Chicão) e Diogo Oliveira (Dê); Douglas (Mika) e Zulu. Técnico Lisca.
2016 - Acesso para a Série B
2016 foi um ano de alegrias para o torcedor do Ju. A equipe chegou à final do Gauchão — acabou derrotada pelo Inter —, às quartas de final da Copa do Brasil — foi eliminada nos pênaltis para o Atlético-MG — e, claro, ainda conquistou o acesso em meio a um Castelão lotado.
O Ju estreou naquela competição diante do Ypiranga. Na Arena do Grêmio, as equipes empataram em 1 a 1. O gol do Ju foi marcado por Bruno Ribeiro. A partida foi realizada no dia 23 de maio.
A classificação para a segunda fase da Série C foi peleada. O Juventude chegou na última rodada precisando fazer a sua parte e dependendo dos adversários. Além de vencer o Mogi Mirim, o alviverde precisava de um tropeço do Ypiranga. O time de Erechim não podia vencer o Guarani. E não venceu. O 2 a 2 prevaleceu no Colosso da Lagoa. E o Ju se classificou com 30 pontos em 18 jogos e na quarta colocação do grupo.
Nas quartas de final, pedreira: eliminar o Fortaleza. No primeiro jogo, em Caxias do Sul: 0 a 0. No segundo, mais de 60 mil pessoas estavam presentes no Castelão e viram Hugo garantir o acesso alviverde. Ele marcou aos dois minutos do segundo tempo. O rival cearense até igualou, aos 21, com Pio. Mas o 1 a 1 garantiu o Ju na Série B.
Depois, nas semifinais, o alviverde enfrentou o Boa Esporte, mas acabou eliminado. Foram duas derrotas por 2 a 1. Ao final da competição, a equipe de Varginha sagrou-se campeã.
Time do Juventude nos jogos do acesso:
1º confronto: Elias; Vidal, Micael, Ruan Renato e Pará; Vacaria (Caion), Bruninho (Sananduva), Wallacer e Romarinho (Felipe Lima); Roberson e Hugo. Técnico: Antônio Carlos.
2º confronto: Elias; Vidal, Micael, Ruan Renato e Pará; Wanderson, Lucas, Wallacer (Neguete), Roberson e Felipe Lima (Caprini); Hugo (Ernani). Técnico: Antônio Carlos Zago.
2019 - Acesso para Série B
Esse ainda está fresco na memória do torcedor. E talvez tenha sido o mais fácil ou o menos sofrido. Será? O Ju estreou naquela competição diante do Luverdense, no Passo das Emas. A partida ocorreu no dia 28 de abril e terminou empatada sem gols.
Comparado a 2016, a classificação às quartas de final veio de forma mais tranquila. O Ju ficou na vice-liderança no Grupo B, com 28 pontos conquistados em 18 jogos, e com isso pôde decidir em casa.
O time da Serra enfrentou o Imperatriz. O primeiro jogo terminou empatado sem gols. No entanto, no segundo, não faltaram gols. Só Renato Cajá marcou três. 4 a 0 para o Ju e o acesso garantido. O outro gol foi de Carlos Henrique.
Nas semis, o alviverde novamente foi eliminado. E mais uma vez pelo campeão. Juventude e Náutico decidiram a vaga nas semis nos pênaltis. O Timbu errou menos e classificou-se: 4 a 3 para o time de Recife.
Time do Juventude nos jogos do acesso:
1º confronto: Marcelo Carné; John Lennon (Bruno Alves), Genilson, Sidimar e Felippe; João Paulo, Moisés (Vidal), Aprile e Renato Cajá; Dalberto e Carlos Henrique (Breno). Técnico: Marquinhos Santos.
2º confronto: Marcelo Carné; Vidal, Genilson, Sidimar e Eltinho; João Paulo, Aprile, John Lennon e Renato Cajá (Rafael Bastos); Dalberto (Breno) e Carlos Henrique (Bruno Alves). Técnico: Marquinhos Santos.
Acessos antes de 1994
Em 1977, o Juventude também disputou o Campeonato Brasileiro — à época chamado de Copa Brasil. A equipe conquistou a vaga por meio do Gauchão e se despediu da competição na repescagem. Foram 13 jogos: cinco vitórias, três empates e cinco derrotas. Ao todo, 62 times participaram da competição e o Ju ficou na 42ª colocação ao fim do campeonato. A equipe da Serra disputou a Copa Brasil até 1979.
Depois, em 1993, o Ju disputou o Qualificatório para a Segunda Divisão de 1994. Eram 72 equipes disputando a competição que daria vagas à Série B de 1994. O alviverde conquistou o acesso, junto com América-SP, Ponte Preta, Bangu, Americano, Londrina, Barra do Graças-MT, Tuna Luso-PA, Moto Club, América-RN, CRB, Central, Sergipe, Goiatuba, Tiradentes-DF, Mogi Mirim e Democrata-GV.