O futebol também é feito de personagens e coincidências. E o Juventude tem esses dois quesitos para buscar o retorno à Primeira Divisão diante do Guarani na próxima sexta-feira (29), às 21h30min, no Estádio Brinco de Ouro, em Campinas. O meia Renato Cajá, 36 anos, poderá conseguir o segundo acesso consecutivo com o Ju e, mais do que isso, devolver o clube para a Série A, após participar do rebaixamento da equipe em 2007.
Naquela temporada, o Juventude encerrou o período de 13 anos consecutivos na elite do futebol nacional. O time alviverde foi rebaixado, no Maracanã, após derrota por 3 a 2 para o Fluminense, na penúltima rodada. Renato Cajá, que havia sido contratado durante aquele ano da Ferroviária-SP, participou de 28 jogos da campanha que interrompeu a passagem alviverde entre os grandes clubes do país. Agora, 13 temporadas depois, o meia pode recolocar o Juventude na Série A.
— Bom demais poder estar participando desse Brasileiro e chegando neste último jogo com chance de concluir com grande sucesso. Está nas nossas mãos e precisamos fazer um grande jogo contra o Guarani. Desde 2007 fora da Série A e agora poder voltar, poder colocar o clube na elite, é maravilhoso. Preciso me esforçar e me dedicar para ajudar a equipe — disse o meia.
O jogador voltou ao Juventude, para sua segunda passagem, em 2019. Ele chegou na reta final da Série C do Campeonato Brasileiro e foi decisivo. No jogo do acesso, contra o Imperatriz, ele marcou três gols na vitória por 4 a 0 no Estádio Alfredo Jaconi. Na Série B, novamente é um dos destaques da equipe, com seis gols marcados e quatro assistências.
Eu vou estar ligado para poder fazer gol, mas não vou pensar em mim.
RENATO CAJÁ
meia do Juventude
—Eu vou estar ligado para poder fazer gol, mas não vou pensar em mim. Não quero saber de fazer dois ou três gols e ficar marcado. Não quero isso. Quero que o time vença. O pensamento é primeiramente pelo clube. Depois, se acontecerem os gols, a gente fica feliz. Mas, primeiro o clube — comentou o jogador alviverde.
Mesmo com 36 anos, Renato Cajá projeta mais uma conquista de acesso pelo Juventude para poder consolidar a permanência no clube por mais uma temporada.
— Verdade. A gente sabe como é o futebol. A gente espera conseguir esse acesso para voltar à elite do futebol brasileiro e, quem sabe, permanecer no clube. Sabemos que ninguém é insubstituível. Então, a gente precisa se dedicar ao máximo e tenho certeza que vai acontecer. Deixei nas mãos da diretoria e da comissão para que, se permanecer, estar disponível por mais um ano — comentou o jogador, que completou:
— Conquista é conquista. Na Série B, o acesso para quatro times é um título. Estou feliz de estar buscando isso no Juventude, que voltou ao cenário com grande força. Importante e espero que seja mais um acesso.
No ritmo
A experiência de Renato Cajá tem sido importante na caminhada do Juventude na Série B. Participativo com gols e assistências, o meia é o atleta da com mais jogos disputados. Dos 37, ele participou de 33, mesmo número do volante Gustavo Bochecha. Ao mesmo tempo, foi o jogador mais substituído do Ju na Segunda Divisão nacional, em 24 jogos. Sem lesões, mesmo aos 36 anos, ele conseguiu ter uma sequência dentro de um calendário apertado para os jogos.
— Na Série B é um jogo em cima do outro. Dessa vez, tivemos uma semana de descanso. Infelizmente, alguns jogos são decididos na força e na raça. Foi um ano excelente, que eu pude jogar mais, pude acrescentar um pouco a mais pela equipe. Eu quero entregar tudo neste final para conseguir o acesso — comentou Cajá.
No último jogo da temporada, o meia e seus companheiros terão pela frente o Guarani. A equipe de Campinas não tem mais chances de classificação ou rebaixamento. No entanto, poderá ter um incentivo do CSA, adversário direto do Juventude na briga pelo acesso.
— Postura de equilíbrio, sem se expor e sabendo a hora certa de poder definir a partida. Temos 90 minutos para fazer um grande jogo. Sem loucura. Sabemos que é o último e por trás o Guarani pode ter uma "mala branca", uma situação de querer mais neste último jogo. A gente precisa estar ligado.