Leonardo César Santos, 20 anos, paulista da cidade de Embu-Guaçu, é mais um personagem da Série "De olho na base". O volante também atua como lateral-direito e está no Juventude disputando o Campeonato Brasileiro de Aspirantes.
Léo César começou no futebol através do incentivo do pai Emerson. Na rua deu os primeiros chutes. Nas quadras iniciou a trajetória antes do campo.
— Eu engrenei no no futsal, lá da onde eu morava mesmo e aí surgiu a oportunidade de ir para o Corinthians para disputar um campeonato da Federação. Dali, eu fui para o São Paulo, Banespa, rodei alguns times de futsal e um dia surgiu uma oportunidade de jogar um amistoso contra o Santos, no aniversário da cidade Embu-Guaçu, em São Paulo, que é onde eu nasci, e fiz um grande jogo naquele dia — lembrou Léo, que se destacou e foi para o Santos:
— O pessoal do Santos, que estava ali observando, me chamou para ir para o clube, ia iniciar a categoria sub-11. Na época, eu tinha 10 anos e aí consegui fazer minha base inteira ali, até os meus 16 para 17 anos. Fui para Seleção Brasileira, conquistei alguns títulos na base com a camisa do Santos, e aí depois dei sequência na minha carreira.
Nesta trajetória até chegar ao Juventude, em setembro do ano passado, Léo Cesar enfrentou muitas dificuldades. Durante uma época, o pai trabalhava à noite e pela manhã levava o filho para treinar em Santos, distante 80km da sua cidade.
— Uma das situações que ficaram mais marcantes foi bem no início, quando meu pai trabalhava a noite inteira, e no outro dia, muitas vezes sem condição de me levar para treinar lá em Santos, alguém vinha, ajudava a gente com a gasolina e tal. Ele me levava de carro, descia a Baixada Santista para me levar para treinar. Muitas vezes, ele tinha um dinheiro que dava só para eu tomar café e ele passava a manhã inteira ali, sem comer nada, me esperando. Trabalhava a noite inteira, com sono, com fome, ficava ali me esperando. Então, essa foi uma das coisas bem marcantes que tinha. Muitas vezes, sem dinheiro para pagar o pedágio e aí a gente via muita coisa acontecer que era a mão de Deus operando na nossa vida — contou Léo César.
O jovem não gosta do termo idolatrar. Ele admira os pais Emerson e Jaqueline. São as pessoas que sempre batalharam para oferecer uma vida melhor para ele e a irmã Maria Eduarda.
— Ídolo vem de uma palavra muito forte, de idolatrar. Idolatrar, eu não idolatro ninguém, mas pessoas que eu admiro muito são meus pais. Meu pai e minha mãe sempre batalharam para colocar o pão de cada dia na nossa mesa, para dar sustento e educação para mim e para a minha irmã. Então, são duas pessoas que eu tenho como exemplo na minha vida — afirmou o jogador.
Após 14 jogos, o Juventude avançou duas fases do Brasileirão de Aspirantes e está na semifinal para enfrentar o Ceará. Léo César é um dos jogadores que mais atuou, com nove participações.
— É uma grande oportunidade de jogar um Brasileiro sub-23, uma competição com nível nacional, muitas pessoas olhando. Então, é uma grande vitrine para mim e para todos os jogadores do Juventude e de outras equipes, que também estão disputando. Encaro como um trampolim, para cravar minha vaga no profissional, ter uma sequência com a camisa do Juventude e conquistar coisas grandes — comentou o jovem, que finalizou apresentando as suas características.
— Sou um jogador técnico, com muita qualidade no passe. Consigo dar um apoio defensivo e ofensivo para a equipe. Um cara muito de grupo, motivo meus companheiros dentro de campo e penso, trabalho forte, focado, em prol do clube e do grupo — comentou.
Ficha do atleta:
Nome: Leonardo César Santos
Idade: 20 anos
Posição: volante e lateral-direito
Características: jogador técnico, com muita qualidade no passe, que consegue dar apoio defensivo e ofensivo para a equipe.
Cidade natal: Embu-Guaçu, em São Paulo.
Chegou no Ju quando: em setembro de 2019
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