Caxias e Juventude estão entre os clubes brasileiros que já confirmaram o interesse em aderir ao Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut). Sancionada em agosto pela presidente Dilma Roussef (PT), a lei permite o refinanciamento da dívida dos clubes em até 240 meses (20 anos), com redução de juros em 40%, multas em 70% e encargos legais em 100%. O prazo para adesão ao Profut é até 30 de novembro, quando deve ser paga a primeira parcela da negociação.
Tanto no Estádio Centenário quanto no Alfredo Jaconi, as adequações necessárias para a adesão serão discutidas nas próximas reuniões, que irão tratar também das formações das novas diretorias. As contrapartidas exigidas pelo governo para o "perdão" da dívida (veja no quadro abaixo), e as punições em caso de não-cumprimento, são as maiores preocupações. Vale lembrar que, nos últimos anos, a dupla não tem conseguido evitar atrasos salariais. Se isso ocorrer durante o período do Profut, pode ocasionar até rebaixamento.
Entre os grandes clubes do Brasil, o Atlético-MG foi o primeiro a confirmar participação no programa, na semana passada. A dívida do Galo beira os R$ 200 milhões. Grêmio e Inter, que no início não queriam aderir, agora sinalizam que poderão entrar no programa federal.
A dívida do Caxias com a União beira os R$ 12 milhões. Com o parcelamento proposto através do Profut, o clube irá pagar cerca de R$ 50 mil mensais (sendo que nos dois primeiros anos, com desconto de 50%, o valor cai para R$ 25 mil). A participação no programa é uma convicção no Centenário há bastante tempo.
O presidente Nelson Rech Filho, por diversas vezes, afirmou ser essa a tábua de salvação do clube, que tem convivido com diversas rendas penhoradas pela Justiça, como arrecadações de bilheteria e o aluguel do posto de combustível no entorno do estádio.
- Ao mesmo tempo que essa lei traz benefícios, traz responsabilidades. Alguns pontos do estatuto devem ser reformados para atender a essa legislação, como o percentual máximo para gastos com futebol e a responsabilidade pessoal do dirigente - diz o presidente do Conselho Deliberativo grená, Laércio Laner.
O Juventude deu o primeiro passo para aderir ao Profut em reunião do Conselho Deliberativo, terça-feira, no Alfredo Jaconi. A aprovação dos conselheiros foi unânime. Cabe ao clube fazer as alterações no estatuto social e se planejar para não atrasar mais salários após a adesão. A dívida com a União beira os R$ 18 milhões. E como as 24 primeiras parcelas terão 50 % de desconto, o Ju terá de desembolsar cerca R$ 35 mil por mês nos dois primeiros anos.
- A adesão tem de ser feita até 30 de novembro, mas não é pré-requisito estar em dia com os salários no momento de aderir ao programa. Depois, sim, isso se torna obrigatório. Antes da adesão, o que o Juventude tem de fazer são as alterações no estatuto e os acertos pontuais na administração. O Profut não é a melhor coisa do mundo, mas é a única saída para o clube - defende o conselheiro Roberto Tonietto.
