No dia 31 de julho, o Ministério do Turismo anunciou os municípios do Estado contemplados pelo programa Investe Turismo, parceria entre governo federal, Sebrae e Embratur, que prevê investimento de R$ 200 milhões para ações no setor em 158 cidades brasileiras. Entre elas, estão inclusas 12 do Rio Grande do Sul, sendo 10 municípios da Serra Gaúcha: Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Cambará do Sul, Canela, Garibaldi, Gramado, Jaquirana, Nova Petrópolis, São Francisco de Paula e São José dos Ausentes.
Chama a atenção, entretanto, a ausência de Farroupilha. O fato de não constar entre os contemplados causou estranheza e descontentamento por parte do município.
— No mínimo uma surpresa. Se analisarmos geograficamente a posição dos municípios contemplados, Farroupilha ficar de fora é completa falta de consideração. Acredito que seja uma falha técnica, não quero acreditar que tenha sido por questões políticas... — comenta o secretário de Turismo e Cultura de Farroupilha, Francis Casali.
A contestação geográfica é pertinente, considerando que municípios à volta de Farroupilha, como Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul estão na lista do programa.
— Verificamos os pré-requisitos e estávamos habilitados a todos eles. Estive em Brasília para solicitar ao Ministério a nossa inclusão e eles nos informaram que o Estado é que encaminhou a relação dos municípios ainda na gestão anterior (de José Ivo Sartori/MDB) — explica Casali.
Segundo ele, o governo federal informou que o Executivo estadual teria tido um prazo complementar para incluir novos municípios, mas não teria reconsiderado nenhuma outra cidade:
— Para nós não chegou nenhuma consulta do Estado para saber se queríamos. Fomos informados de que vão haver mais edições, nas quais poderemos estar inclusos. Enquanto isso, adotaremos iniciativas locais para compensar nossos empreendedores do setor — complementa.
Os recursos do programa são destinados especialmente para qualificação de trades turísticos (rede de empresas que ofertam serviços como hotelaria, restaurante e viagem), incentivos a novos negócios, acesso ao crédito e melhorias de serviços, inovação e marketing. No Rio Grande do Sul, o investimento será de de R$ 2,6 milhões.
Estado atribui escolha a Ministério
De acordo com diretor de Turismo da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), Marcelo Borella, a definição dos municípios partiu diretamente do governo federal.
— Foi uma articulação do Ministério do Turismo com o Sebrae. O Estado sequer foi consultado, a lista já veio pronta. Não fomos questionados e quando tentamos fazer ingerência, disseram que o programa já estava fechado — afirma.
A assessoria de comunicação do Ministério do Turismo informou ao Pioneiro que as escolhas se basearam em critérios pré-estabelecidos e que municípios que não foram contemplados na primeira edição podem compor a segunda etapa do programa, cujo aporte para o setor é estimado em R$ 300 milhões.
Conforme a cartilha do programa, os municípios escolhidos precisavam integrar o Mapa Brasileiro do Turismo 2018, nas categorias A, B, C ou D (em caráter de exceção); ser um destino já promovido em âmbito nacional pelo Ministério do Turismo; pertencer a uma rota turística; e possuir, pelo menos, um destino turístico consolidado no mercado internacional, além de dotar de infraestrutura ou projetos de apelo turístico.
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