As Empresas Randon chegam aos 70 anos nesta segunda-feira, 21 de janeiro, repletas de motivos para comemorar. Afinal, depois da crise que afetou a economia brasileira e atingiu em cheio a indústria, o conglomerado empresarial criado pelos irmãos Raul e Hercílio Randon reencontrou a rota do crescimento. O faturamento bruto, entre janeiro e novembro de 2018, atingiu a marca de R$ 5,5 bilhões, incremento de 43% frente a igual período de 2017. O grupo ganhou novas unidades dentro e fora do país, através de investimentos próprios e de joint-ventures. De quebra, milhares de postos de trabalho voltaram a ser abertos nas unidades do grupo.
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Agora septuagenária, a caxiense Randon volta suas atenções para os desafios que vem pela frente. E não são poucos. A chamada indústria 4.0, também definida como a quarta revolução industrial, deve provocar uma série de mudanças, entre elas a crescente automação através do uso de robôs e de tecnologias como internet das coisas e inteligência artificial. Neste sentido, o grupo intensificou, nos últimos quatro anos, a melhoria de processos internos e a automação dentro das fábricas.
– Viemos de um período de crise grande, mas as crises nos fazem trabalhar melhor e com mais inteligência. A inovação é muito importante porque faz pensar o que a gente pode fazer para sermos melhores que os concorrentes – explica David Randon, diretor-presidente das Empresas Randon.
Não à toa, a empresa definiu como slogan deste aniversário “Randon 70 anos: juntos, inovando por um futuro melhor”. Recentemente, a companhia tem se aproximado de startups e vem estimulando a busca por parceiros que possam auxiliar a resolver processos. Um dos primeiros resultados obtidos através de parcerias foi a mudança do sistema de recursos humanos. A empresa utiliza uma plataforma baseada em inteligência artificial, na qual consegue filtrar o candidato mais adequado para determinada função.
Outra estratégia que deve seguir com força é a expansão dos negócios fora do país. Nos últimos anos, as Empresas Randon investiram em novas unidades, aquisições e joint-ventures no Peru, Argentina, Uruguai e Índia, entre outros movimentos. Além disso, as exportações se constituíram em uma importante válvula de escape com a retração do mercado interno. Na Fras-le, as vendas externas já representam mais da metade do faturamento.
O grupo começou a exportar ainda nos anos 1970. O primeiro cliente foi a Conaprole, cooperativa uruguaia de laticínios e que segue como compradora da Randon. De lá para cá, diversos países entraram na rota da companhia. Hoje, os produtos caxienses estão presentes em mais de 100 mercados pelo mundo.
Os países vizinhos, aliás, seguem sendo um importante parceiro comercial. Hoje em torno de 45% dos negócios internacionais da Randon são realizados com países do Mercosul e o Chile. Mesmo que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) não tenha definido o bloco regional como uma das prioridades do Brasil nas relações internacionais, o diretor-executivo da Randon acredita que os vizinhos seguirão tendo papel importante no comércio exterior.
- Já passaram vários governos, o Brasil seria louco de deixar (de lado) uma oportunidade com os parceiros como Argentina, Bolívia e todos os países ao redor. São parceiros imprescindíveis. Eu acredito que, nós vamos ter alinhamentos muito bons (com os vizinhos). Às vezes as pessoas falam as coisas sem pensar. Hoje já existe esse comércio. O problema é a burocracia entre países, que precisa melhorar – aponta.
Comemorações serão espalhadas pelo ano
Ao longo de 2019, a Randon vai preparar uma série de ações para celebrar o aniversário de 70 anos.
O início oficial das celebrações será na Festa da Uva, que começa dia 22 de fevereiro, em Caxias do Sul. Em seu estande nos Pavilhões da Festuva, a empresa pretende relembrar os momentos mais emblemáticos de sua trajetória.
Além disso, a empresa prevê a realização de encontros com fornecedores, eventos para funcionários e clientes e participação em feiras especializadas do setor, como a Automec e a Fenatran.
Também serão confirmadas novas edições do Randon Day e do Randon Summit.
Durante algumas destas ocasiões, a Randon pretende homenagear seus stakeholders, como clientes, funcionários e fornecedores. A ideia é distingui-los com a Medalha Raul Randon, premiação que será realizada pela primeira vez.
– Estamos estudando como fazer a premiação, mas deverá ter um mote no sentido da responsabilidade social – destaca David Randon.
O tamanho da Randon
- As empresas do grupo estão situadas em três divisões: montadoras (produção de implementos, vagões e veículos especiais), autopeças (fabricação de lonas, pastilhas, sistemas de freio, eixo, suspensão e conjunto de articulação e acoplamento) e serviços financeiros (consórcios e suporte às vendas).
- Atualmente, o conglomerado é formado pelas controladoras Fras-le, Randon Argentina, Randon Implementos, Randon Administradora de Consórcios, Master Sistemas Automotivos, JOST, Suspensys WE/Castertech, Randon Investimentos e Randon Peru. A controladora ainda possui quatro filiais: Randon Veículos, Suspensys Sistemas Automotivos, Randon Chapecó e Randon Araraquara. No primeiro semestre de 2019, a empresa iniciará atividade na base de distribuição no Espírito Santo.
- As unidades do grupo têm mais de 11 mil trabalhadores. Aproximadamente 80% deles estão em Caxias do Sul.
- As Empresas Randon exportam seus produtos para mais de 100 países atualmente.
- A Randon ostenta, entre outros títulos, o de uma das 10 maiores fabricantes de semirreboques do mundo, segunda maior fabricante brasileira de vagões ferroviários, uma das maiores fabricantes de materiais de fricção no mundo e líder nacional na produção de materiais de fricção, freios a ar, suspensões, eixos e componentes comerciais.