Ao som dos clássicos da Xuxa, como Ilariê e Tindolelê, na Rua Plácido de Castro, ou dos hits das redes sociais, no bairro Euzébio Beltrão de Queiroz, a criançada dançou, cantou e se divertiu neste dia destinado a elas em Caxias do Sul. A quarta-feira (12) foi com o clássico tempo caxiense, com céu carregado, cinza e de chuviscos rápidos, mas nada impediu que o colorido e a diversão não tivessem espaço.
Dedos melados de algodão doce, bocas vermelhas de maçã do amor, caras pintadas, recuperação de fôlego entre um brinquedo e outro. Quem caminhava perto do Complexo da Maesa logo se deparava com estas cenas. E também com muitos sorrisos — alguns até banguelas.
O evento, que iniciou às 14h, tinha até mesmo super-herói da Marvel: o Capitão América teve uma breve passagem em Caxias para curtir uma folga. À reportagem, ele revelou que sua identidade é Yuri Rodrigues, seis anos.
— O que eu mais gostei foi do algodão doce, quero muito ir no pula-pula — contou Yuri, que estava acompanhado do pai, o metalúrgico Marcelo Rodrigues.
Para Rodrigues, o evento, promovido pela prefeitura, foi ótimo porque, segundo ele, é difícil encontrar espaços de lazer para as crianças em Caxias do Sul. Ele ainda comenta que nem o tempo o impediu de levar o filho para se divertir.
Uma fila que chamava a atenção no local era a de pinturas nos rostos. Dali saiam borboletas, sapos e até corajosos mirins, que faziam ferimentos de maquiagem. Vitória Rodrigues, sete anos, era uma das crianças que estavam sentadas enquanto os artistas faziam desenhos nos rostos.
— Eu 'tô' gostando dos brinquedos. O pula-pula eu gosto mais. Eu também quero comer algodão doce — disse Vitória, enquanto esperava o desenho ficar pronto.
E a pequena já tem intuição forte, pois quando questionada se sabia o que estavam pintando em seu rosto, ela acertou ser uma borboleta, mesmo sem saber, de fato, o que era.
Bom momento também para a recuperação nas vendas
Após quase dois anos sem a realização de grandes eventos deste estilo, o empresário Moacir Bruetto via com bons olhos a movimentação. Ele ressaltou que as cinco máquinas de algodão doce em operação não estavam dando conta da demanda.
— Está muito movimentado, o tempo está melhor do que a gente esperava, então está tudo maravilha. Depois de quase dois anos, quando a gente quase fechou as portas, agora estamos a todo vapor. Faltando pessoal para trabalhar, faltando máquinas, faltando equipamentos e isso é muito bom porque é o pessoal voltando às atividades normais ou além do normal até — comemorou o prestador de serviços para eventos infantis, que está com agenda cheia até o final do ano.
Coreografias e muita dança para confraternizar
Quem passasse perto do Espaço Cultural Vielas, no Euzébio Beltrão de Queiroz, de longe ouvia "e ela 'tá', 'tá' movimentando", trecho de música do funkeiro Kevin O Chris. E, para além da audição, a visão também via movimento. No palco montado em frente à sede, crianças faziam coreografias e dançavam, junto ao pacote cheio de guloseimas que recebiam do projeto. Uma verdadeira festa a céu aberto.
— A gente reúne não só as crianças, mas os moradores para confraternizar. Canalizar a ansiedade, respirar fundo e aproveitar cada momento. As nossas crianças também passaram por um processo muito difícil (na pandemia). A gente não sabe mensurar tudo o que passou na cabeça delas. E na periferia a gente sabe que sempre foi muito difícil para conquistar, para confraternizar. Então, isso é um chamamento, que hoje é alusivo às crianças, mas aqui a gente comemora a vida — destacou o idealizador do Espaço Cultural Vielas e educador social, Chiquinho Divilas.
Ele finaliza:
— Essa é a nossa perspectiva de futuro. Junto com eles, que vão dar sequência nisso tudo. É uma esperança, acreditar em um mundo melhor a partir de agora.