Emoção promete ser a palavra de ordem na cerimônia de abertura das Surdolimpíadas em Caxias do Sul, que ocorre neste domingo (1º), às 18h, no ginásio do Sesi. A solenidade será marcada pela presença de vários artistas da cidade, pautados pelo tema geral do espetáculo Mãos que Falam. Com direção geral de Paquito Masiá Herrera e direção de produção de Nika Ferronato, a ideia da montagem é tocar os sentidos dos espectadores, além de promover interação, acolhimento e identificação com o público surdo.
Várias linguagens artísticas estarão representadas, como a dança, o teatro e a música. Um dos momentos mais especiais promete ser a execução do hino nacional, que será interpretado em Língua Brasileira de Sinais (Libras) por um grupo de surdos ligados à escola Helen Keller, sob a coordenação de Natacha Perazzolo e Andrelise Sperb. O coral da escola surgiu em 1988 e, de lá para cá, vem se constituindo com surdos de diferentes idades, desde crianças até adultos, com alunos e ex-alunos.
— O coração aperta, tu tem que se dividir entre a emoção e a razão. Da um nó na garganta. Enfim, coração na boca e alma na ponta dos dedos — sintetiza o acordeonista Rafael De Boni, que acompanhará o grupo ao lado ainda do cantor Rafael Gubert.
Outra artista que está muito emocionada em fazer parte do espetáculo é Cris Dall'Agno, uma das fundadoras da escola Endança Jazz, que vai movimentar 67 artistas durante a apresentação. A participação do grupo promete atrelar conceitos da dança com uma mensagem clara por inclusão.
— Serão mão dançantes nas cores do evento que vão despertar a atenção de corpos vestidos de cinza, que representam a indiferença e que, no decorrer da performance, se transformam, se enxergam, interagem e compartilham do mesmo mundo daqueles corpos que vão estar representando as mãos. É um trabalho que está sendo feito com muito carinho, amor e muito envolvimento, está sendo muito importante para todos — aponta Cris, que trabalhou por 15 anos na escola Helen Keller.
O visual do espetáculo Mãos que Falam também vai contar com as acrobacias do grupo Joanas D'Ar. Quatro profissionais do tecido aéreo — Andrieli Lopes, Maira Moraes, Marina Castilhos e Michella Biazus — vão realizar movimentos que remetem ao espírito de união, à coragem e à determinação dos jogos olímpicos. O grupo revela que buscou explorar movimentos e efeitos visuais para transmitir ritmo e energia, buscando inspiração em algumas modalidades esportivas presentes na competição.
Já os "teatreiros" Aline Tanaã, Darlan Gebing, Gabriel Zeni e Odelta Simonetti vão formar o grupo Táteis, vestidos com as cores que remetem ao símbolo das Surdolimpíadas. Responsável por conduzir a transição entre uma atração e outra, o quarteto teve o desafio de explorar formatos de comunicação focados no público não ouvinte.
— Procuramos sintetizar os gestos, escolher bem os movimentos — comenta Gebing.
Mãos que Falam vai lembrar ainda da identidade tradicionalista com a participação de Omair Trindade e do Grupo Gaudérios, que apresentarão peças do folclore gaúcho. Outros artistas da cidade como Jânio Nunes, Cassiane Boff, Davi de Souza (Claque) e integrantes do Grupo Ueba também vão imprimir sua arte neste espetáculo de atenções internacionais que, certamente, representará um marco na história de Caxias.
PROGRAME-SE
- O quê: abertura da 24ª edição das Surdolimpíadas de Verão, realizada pela primeira na América Latina.
- Quando: neste domingo (1º de maio), às 18h.
- Onde: no Ginásio do Sesi.
- Transmissão: a solenidade será restrita aos convidados, delegações participantes e autoridades. O público em geral poderá acompanhar ao vivo por streaming pela Deaflympics TV by XPlay, através do App Deaflympics TV ou pelas redes sociais da Deaflympics e XPlay TV.