Com uma rotina cada vez mais agitada e o tempo cada vez mais apertado, manter a casa organizada tornou-se primordial para levar uma vida mais leve. Tente se lembrar de quantas vezes você já se pegou procurando um objeto ou peça de roupa que não sabia onde tinha ido parar. Gabriela Quissini, 37 anos, sabe muito bem como é. Casada e mãe de duas meninas de seis e três anos, a administradora viu sua vida virar de pernas pro ar quando a família se mudou para um apartamento maior, em Caxias do Sul. Isso porque, com mais espaço, a tarefa de manter tudo no lugar se tornaria um pouco mais difícil. Aproveitando a mudança, Gabriela contratou uma empresa especializada na organização de armários e cômodos para começar a nova vida com tudo em ordem.
— Meu marido sempre foi super organizado. Eu, nem tanto. Então decidimos buscar auxílio para que o provisório da mudança não se tornasse permanente — lembra Gabriela.
A família, então, descobriu Ana Paula Miguel e Ana Carla Schiavenin Berti, que há pouco mais de um ano criaram a Clô Tudo em Seu Lugar com o objetivo de ajudar as pessoas a arrumarem a casa. Desde que se lançaram no mercado, as Anas, como elas são conhecidas, já atenderam cerca de 40 clientes, para os quais dobraram mais de 10 mil peças de roupas, organizaram mais de 2.050 pares de sapatos, trocaram mais de 5 mil cabides e instalaram 850 cestas organizadoras. No apartamento de Gabriela elas começaram pelos guarda-roupas e, em seguida, partiram para cozinha, banheiros, lavanderia e brinquedoteca.
— A ideia é setorizar, delimitar espaços para cada coisa. Assim, é muito mais prático colocar de volta depois que usou. Organizar é muito mais do que simplesmente arrumar — salienta Ana Paula Miguel.
Com lugares determinados para cada tipo de roupa, nichos para mantimentos de cozinha em uso e em estoque e itens de limpeza organizados por utilidade, por exemplo, sobra mais tempo para curtir a vida em família. Para dobrar as roupas no mesmo padrão e fazer com que fiquem bem empilhadas, as Anas entregaram a Gabriela gabaritos de diferentes tamanhos para facilitar o trabalho. Outra dica é deixar camisetas em cestos plásticos para que não "desmontem" com o manuseio. Na cozinha, recipientes iguais deixam o espaço com o aspecto mais organizado, e etiquetas de identificação deixam a hora de cozinhar ainda mais saborosa.
— A gente acaba se condicionando a manter organizado. Não sabíamos se conseguiríamos, mas é possível. Sem falar que dá até mais vontade de sair de casa e voltar sabendo que tudo vai estar organizado. Ficou tudo mais prático — afirma Gabriela.
O preço da consultoria varia de acordo com o serviço e depende da quantidade de horas necessárias para organizar o espaço.
Bagunça física e mental
Conforme a psicóloga Suzana Rossetto Rodolfo, há estudos que comprovam que quando os ambientes são desorganizados, eles podem provocar desânimo, estresse e até uma certa frustração. Segundo ela, residências e locais de trabalho refletem o estado emocional, físico e mental em quem neles circula.
— Organizar um ambiente é muito mais do que lidar com o espaço e com a funcionalidade do local. A pessoa organizada não sofre por não conseguir fazer as coisas como ela realmente quer. A desorganização gera uma sensação de fracasso, de confusão — afirma a especialista.
Ela acrescenta ainda que pode existir uma relação entre a bagunça física (da casa, do ambiente de trabalho) e bagunça mental. Uma espécie de reflexo do que ela chama de "caos interno".
— O desorganizado pode se transformar numa pessoa organizada à medida que tomar consciência de que a organização é uma maneira de atingir um fim. Mas para isso é preciso uma mudança de comportamento. Nosso cérebro quer muito mais evitar a dor e procurar o prazer. Se mostrar para o cérebro o quanto ele pode ganhar com a organização, como seria se tivesse as coisas organizadas, a mudança é mais tranquila — reflete.
Suzana garante ainda que a organização é algo apreendido e estimulado no meio onde se vive:
— Se mostrar para a criança desde cedo as vantagens de organizar o quartinho, o material escolar, os brinquedos, ela tem grandes chances de se tornar um adulto organizado.
É importante também trabalhar o desapego. Ser organizado demais também não é saudável, segundo a psicóloga:
— O meio termo é saudável. A questão é que nunca se consegue ter uma noção exata do que é o meio termo. Vale o bom senso. Num grau mais elevado, pode sim ser prejudicial, pelo afastamento, pela pessoa não querer receber visitas para não mostrar sua desorganização. Pode até ir internalizando algo meio depressivo — reforça.
Confira 10 dicas para ajudar a organizar a casa:
1 Pensar em um produto que pode ser usado para mais de uma finalidade. Por exemplo, sapateiras com favos e que são para pendurar. Elas podem ser usadas para brinquedos e até alimentos.
2 Na falta de uma gaveta, use cestos grandes para guardar objetos como potes, brinquedos, revistas e eletrodomésticos.
3 Crie divisores internos nas gavetas com cestinhas ou forminhas de silicone.
4 Os ganchos adesivos são muito úteis, além de não precisar furar paredes. Podem acomodar lenços, bijuterias, etc.
5 Use a parte interna das portas de armários, pois otimizam espaço para guardar coisas pequenas.
6 Coloque enchimento dentro das bolsas para evitar que fiquem deformadas. E atenção: nada de sacos plásticos para guardá-las, pois impedem a entrada de ar, favorecendo o mofo.
7 Dê preferência para caixas retangulares, que aproveitam melhor os espaços. Evite as redondas e as quadradas, que roubam centímetros dos armários.
8 Crie kits para as refeições, truque para não ter de mexer nos armários da cozinha com tanta frequência. Além de manter a organização, facilita na hora de arrumar a mesa.
9 Use pastas coloridas para arquivar documentos por categoria ou para cada membro da família. Vai agilizar na hora de encontrar alguma coisa.
10 Evite o cheiro de churrasco pela casa colocando uma esponja embebida em vinagre perto da churrasqueira.
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