Sabe aqueles filmes em que o personagem principal vai para uma clínica psiquiátrica e sempre tem algum interno em tratamento que é completamente adorável e a gente sente que gostaria muito de ser amigo dele? Pois bem, o longa que estreia na Sala de Cinema Ulysses Geremia (Centro de Cultura Ordovás), nesta quinta, tem esse mesmo clima, só que não se passa numa clínica e sim num estúdio de gravação onde uma banda de eletro rock prepara seu primeiro álbum. O louco apaixonante em questão é Frank, um músico genial e doce que usa uma enorme cabeça de boneco 24 horas por dia.
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Frank é vivido por Michael Fassbender (mais conhecido como Magneto por quem acompanha filmes de super-heróis), cuja performance impressiona mesmo sem expressões faciais à mostra. A voz é um dos principais elementos do personagem, já que ele é também o vocalista da banda The Soronprfbs (preste atenção na impressionante condução do ator na canção que encerra o longa).
Sob direção de Lenny Abrahamson (do ótimo O Quarto de Jack), a história começa com o encontro da banda de Jack com Jon, um aspirante a tecladista que sonha em ser famoso. Jon acaba se refugiando numa casa de campo com os Soronprfbs e experimenta parte do universo particular de cada um dos músicos.
Garoto com emprego e uma família tradicional, o tecladista é um corpo estranho entre ex-internos de clínicas psiquiátricas e/ou donos de personalidades peculiares. Enquanto os colegas de banda estão vivendo uma imersão intensa na música, Jon não consegue se desligar de seu universo "comum" e passa a compartilhar o que vê ao redor usando ferramentas como o Twitter e o Youtube. Resultado: The Soronprfbs ficam famosos. Com vários respiros cômicos, o roteiro faz uma crítica à efemeridade do mundo virtual, e defende a máxima da Balada do Louco – "Eu juro que é melhor/Não ser o normal" – pelo menos quando o assunto é arte.
Frank fica em cartaz de 11 a 14 e de 25 a 28 de agosto, com sessões quintas e sextas às 19h30min, e sábados e domingos às 20h.