Dá para dizer que Caxias do Sul é racista? Em caso afirmativo, ela pode ser considerada mais racista do que as demais? Esse é o mote deste Dialeto, que traz reflexões sobre a alteridade, evidenciada pelo processo de crescimento urbano desde os primórdios da cidade.
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É justamente o trabalho, um dos pilares da construção da identidade do imigrante italiano, que aproxima todos os povos, negros e brancos, que aqui chegaram e chegam. Todos vêm em busca de oportunidades na terra da cocagna.
Episódios racistas, no entanto, reavivam o debate, à medida que deixam dúvidas sobre por que descendentes de italianos supostamente não gostam de negros. Para a historiadora Loraine Slomp Giron, que assina artigo nesta edição, não há dúvidas: ela enfatiza a boa relação entre as pessoas de "todas as cores" em Caxias.
Na reportagem, aparece a controvérsia. Pesquisadores defendem que a cidade é tão racista como qualquer outra - e reconhecer-se assim pode ser o começo do fim. Italianos que vieram ao Brasil perceberam que a pele clara, que não fazia a menor diferença na Europa, era um valor no país e, assim, passaram a evidenciar esse contraste.
O Dialeto também mostra desenhos da nova série da artista plástica caxiense Viviane Pasqual, que vem retratando haitianos e senegaleses, novos imigrantes da Serra. Confira a galeria:
Há, ainda, um artigo lembrando os 20 anos da morte do poeta Mario Quintana, assinado pelo doutor em linguística e letras João Claudio Arendt, em texto não menos poético.
O colunista Marco de Menezes versa sobre miniporcos, espera, sobras e um provável réquiem. Já o colunista Jayme Paviani reflete sobre os novos desafios do ensino e dos aprendizes, uma vez que pode-se substituir uma biblioteca por um pen drive.
Cultura
Caderno Dialeto de maio discute o racismo em Caxias do Sul
Publicação traz olhar de pesquisadores sobre alteridade e preconceito
Tríssia Ordovás Sartori
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