Não são poucos os casos de ruas que tiveram seus nomes alterados ao longo do século 20, em Caxias. Especialmente durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Estado Novo de Getúlio Vargas cerceou diversas referências à Itália em logradouros públicos – os casos mais emblemáticos são a mudança da denominação Praça Dante Alighieri para Ruy Barbosa e de Av. Itália para Av. Brasil.
São desse período também as obras de modernização urbanística e viária e o “batizado” de diversas outras ruas da área central da cidade, ocorridos durante a administração do prefeito Dante Marcucci (1937-1945).
Informe publicado na edição de 7 de maio de 1939 do jornal “A Época” trazia um quadro detalhado com todas elas, conforme vemos na reprodução abaixo. Além da chegada da Olavo Bilac, da Coronel Camisão, da Guia Lopes e da Castro Alves (posterior Rua La Salle), o relato destacava algumas que hoje cruzam a Tronca, como a Felipe Camarão, a Euclides da Cunha e a Visconde de Taunay.
Detalhe: entre as cinco avenidas da lista, duas que muitos consideram ruas: a Av. São João – trecho entre a Visconde de Pelotas e a Borges de Medeiros – e a Av. Barão de Santo Angelo, localizada no bairro Jardelino Ramos.
Quando a Júlio virou avenida
Denominada anteriormente Rua Grande, Rua Silveira Martins e Rua Júlio de Castilhos, a principal avenida de Caxias ganhou essa condição a partir de 23 de março de 1939, também por determinação do prefeito Dante Marcucci. Era a época em que a Júlio recebia novo calçamento, canalização de esgoto, paisagismo, canteiros centrais e uma série de melhorias.
No informe abaixo, publicado no jornal “A Época” em 2 de abril de 1939, é destacado também o trecho compreendido pela avenida: desde a Praça João Pessoa, em São Pelegrino, até a Rua Angelina Michielon, em Lourdes.
Na foto que abre a matéria, a esquina da Júlio com a Marquês do Herval, em direção à Borges de Medeiros, em 1940, um ano após ela tornar-se uma moderna avenida.