Embora a indústria caxiense tenha registrado, pelo segundo mês consecutivo, saldo positivo na geração de empregos, com 545 postos novos de trabalho ocupados em outubro, conforme dados divulgados pelo Caged, o momento é de preocupação entre o empresariado. Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), Ubiratã Rezler, muitas empresas devem fechar o ano em queda. Ele relata empreendimentos com projeção de até 50% de baixa.
— Na minha empresa, a gente está em torno de 30%, 35% de queda. Um amigo comentou que a projeção dele é queda de 25%. Eu não vi número menor de 20% de queda ao longo desse ano — conta.
Segundo Rezler, muitas empresas ligadas ao mercado agrícola, principalmente da região de Passo Fundo — compradora da produção caxiense — estão com dificuldades e fazendo demissões.
Não há perspectiva de desligamentos em Caxias, mas, diante do cenário, tampouco contratações. As mais de 500 vagas geradas no último mês são de algumas poucas empresas. De acordo com Rezler, a grande maioria das empresas caxienses não está contratando:
— A gente está contido, segurando, buscando alternativas, olhando para dentro, melhorando o ambiente interno, adequando algumas coisas que precisam ser adequadas no momento de baixa. Mas, se o momento de baixa durar por muito tempo, não se descarta nenhuma possibilidade.
PESQUISA
Nesta semana, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) divulgou a Sondagem Industrial do RS de outubro, que mostra pessimismo em relação à demanda futura. Conforme a pesquisa, o índice de produção industrial atingiu 51,5 pontos, o que indica aumento da produção em relação ao mês anterior (43,6). Porém, o valor ficou abaixo da média histórica do mês, de 52,7 pontos, mostrando que a expansão era esperada, mas o ritmo ficou aquém do padrão.
A análise mostra um impacto negativo com queda do emprego no Estado, crescimento da ociosidade e excesso de estoques.
— O cenário para ano que vem é um cenário desafiador, que é de uma repetição de números que nós estamos vivendo neste ano, mas acreditamos, até pelas empresas que estão performando um pouco melhor, que isso não perdure por muito tempo — espera Rezler.