O novo presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), Ubiratã Rezler, foi apresentado oficialmente no cargo na quinta-feira (19), durante coletiva de imprensa na sede da entidade. No dia seguinte, o empresário, que foi eleito para o triênio 2023-2025, concedeu entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da Gaúcha Serra. Na ocasião, ele falou sobre como a nova diretoria pretende trabalhar as expectativas para a indústria com o novo governo e a contribuição de sua formação em Medicina Veterinária para atuar na área empresarial. Confira a entrevista abaixo:
Entre as iniciativas que estão em implementação, a nova diretoria pretende adotar uma nova identidade institucional, a ampliação da parceria com as iniciativas público-privadas e o aprimoramento do relacionamento com os associados. Como funcionarão esses projetos?
O Simecs é uma entidade com 65 anos de vida, que tem trabalhado muito fortemente para promover a competitividade para as indústrias. Não desapegando desse foco que nós temos, colocando o nosso associado no centro de todas as nossas ações, o Simecs, a partir de um certo tempo, começou a perceber que precisava fazer uma mudança na sua forma de atuar. E, ao longo dos últimos três, quatro, cinco anos, ele começou a fazer um pensamento e um delineamento de trabalho que culminou com toda essa mudança que nós tivemos. Para quem conheceu o Simecs no passado e conhece agora, percebe, tanto estruturalmente e na parte física dele, quanto também na parte de como ele conduz os seus trabalhos, uma mudança grande. E, sim, por meio de um bom trabalho desde 2019, da última gestão, o Simecs se posicionou diferente, com uma visão diferente e com um trabalho bastante focado no associado. Nossa diretoria executiva de agora recebeu o Simecs com uma régua extremamente alta. Nós temos um trabalho forte pra ser desenvolvido e estamos trabalhando desde meados do ano passado para a gente poder continuar com as entregas. Nossa palavra chave para essa gestão é escalabilidade. Então, a gente, lógico, vai dar uma escala muito maior aos bons projetos que foram desenvolvidos na última gestão. Vamos fazer a nossa trilha de caminho já com algum "tempero" dessa nova gestão ao longo desse primeiro quadrimestre. Nós temos uma visão bastante clara da forma como temos que atuar frente aos nossos associados, trazendo um valor bastante expressivo a eles, no que diz respeito da participação dos associados conosco. Estamos trabalhando fortemente junto com todos os nossos projetos, contatos, parceiros, sejam públicos ou privados, para que a gente possa trazer ao associado uma diferença de trabalho, uma visão diferente de futuro, independentemente de toda instabilidade que a gente possa viver num clima político-econômico.
Para a indústria, os últimos anos foram bastante desafiadores, e agora essa nova gestão de governo federal fala em reindustrializar o país. Como o Simecs se insere nesse cenário e como isso deve impactar essa nova gestão da entidade?
O Simecs, na realidade, tem uma expectativa bastante grande de que as medidas dos novos governos, tanto federal, quanto estadual, adotem um olhar bastante delicado e dedicado para a superação de alguns setores de economia e das indústrias. Nós temos uma visão muito positiva de que a gente vai ter um um trabalho bastante focado no fortalecimento da indústria e na criação de oportunidades. E independentemente disso, a gente também trabalha com a visão de que nós temos, como uma associação, um contato amplo, aberto, um diálogo bastante transparente com o poder público, para que a gente possa também demonstrar e inserir as nossas ideias e de que forma nós acreditamos que devemos ter uma condução desse setor. A indústria sofreu bastante. A pandemia foi um um período bastante complexo, muitas indústrias sucumbiram, muitas indústrias diminuíram, mas também tivemos muitas indústrias que tiveram um desempenho bastante positivo. E nós acreditamos que o governo federal tem um olhar de indústria e estamos na expectativa e confiantes de que a gente vai ter um movimento de fortalecimento da nossa cadeia industrial.
O senhor é gestor e líder na Rezler Indústria de Chavetas e Usinados, mas tem formação em Medicina Veterinária. Como foi essa essa ida para a veterinária? Você continua atuando nessa área? Como é a sua participação na indústria?
Eu sou de uma família empresária. Nós temos uma empresa de médio porte agora. Somos em três irmãos e dois deles levaram um caminho para dentro da indústria com Engenharia Mecânica e Administração. E eu, o filho mais novo, decidi ampliar um pouco da minha forma de ver o mundo e ir atrás de um sonho da época. Eu já acompanhava um pessoal aqui em Caxias e fui para Santa Maria, fiz o meu curso lá, e sempre estive envolvido em questões associativistas. E eu digo que a Medicina Veterinária me capacitou para poder chegar até aqui. Quando eu fiz esse caminho, que eu estava morando em São Paulo, tive um convite para retornar a Caxias para que a empresa pudesse ter um foco de continuidade. Eu sempre fui muito desse olhar da colaboração e cooperação e senti naquele momento que eu precisava retornar. Eu estava trabalhando na área comercial de uma indústria, retornei a Caxias e comecei a trilhar o caminho do que eu já tinha de conhecimento e adquirir mais conhecimento na área industrial, de administração e de liderança. Então fui trilhando o meu caminho ao longo dos últimos 15 anos com foco na indústria. Tive contato ainda com a Medicina Veterinária por um bom tempo, mas chega um momento que a gente tem que abdicar de alguma coisa. Aí eu acabei trilhando para o caminho da indústria, que sempre foi a minha essência. Eu nasci na indústria. Trabalhei na indústria desde pequeno, na indústria familiar, acompanhei meu pai, então nada mais natural do que eu estar trabalhando na área. Me capacitei, tive as minhas experiências em outras indústrias de outros setores, mas todas foram indústrias. Então estou aqui para contribuir. Me sinto muito confortável de estar à frente de um dos principais sindicatos do nosso Estado, com uma representatividade muito grande, com mais de R$ 50 bilhões, R$ 60 bilhões, R$ 70 bilhões de faturamento das nossas indústrias. Mais de 65 mil pessoas de mão de obra direta, sem falar nas famílias, uma expectativa de mais de 300 mil pessoas que estejam ligadas ao setor da indústria aqui na nossa região. São 17 municípios. A gente não tem um foco só em Caxias, a gente está trabalhando bastante nesse momento com foco em todas as cidades que compõem a nossa base territorial.