A medicina com propósito e respeito!
Fernanda Oliveira Castilhos, filha de Arnaldo Ivan Velho Castilhos e Marialma Pacheco de Oliveira Castilhos é médica ginecologista e obstetra, formada pela Universidade de Caxias do Sul com residência no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e mestre em Ginecologia e Obstetrícia pela UFRGS. Apaixonada pela vida, pela família e pelo noivo, o também médico Henrique Rasia Bosi, cirurgião geral e do aparelho digestivo, Fernanda se revela intensa, acredita na bondade das pessoas e se entrega por inteira em tudo o que realiza, pois pensa que esta é a única maneira de viver a vida. Atualmente se dedica ao seu consultório que inaugurou recentemente, em parceria com Henrique, nos domínios do W Tower.
O que é o bom da vida? É saber ser feliz com as pequenas coisas, ver esperança e bondade no mundo, apesar das dificuldades. Jantar e viajar com meus pais, meu noivo e os pais dele, que também se tornaram minha família. Reunir os amigos e dar boas risadas. Ter a honra de trabalhar com o que amo.
Que conexão faz da infância com sua atividade profissional? Nunca fui aquela criança que sempre quis ser médica, ao contrário do que alguns pensam. Contudo, acredito que minha paixão pela ginecologia e obstetrícia começou desde cedo. Muito tempo da minha infância passei dentro do hospital, principalmente no centro obstétrico, e sempre me fascinou como uma mulher consegue gerar vida dentro de si, acho isso mágico. Inclusive nessa época, muitas festas à fantasia eu fui de grávida, apesar da vontade da minha mãe de me vestir de princesa.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse uma obra? Acho muito difícil definir uma única passagem como a mais importante. Acredito que absolutamente tudo o que passei até hoje, todas as pessoas que cruzaram meu caminho, todas as decisões que tomei, os erros e os acertos - tudo me fez ser quem sou hoje e estou muito feliz por isso. O título seria “Sou um pouco de tudo o que já vivi e sigo mudando”.
Ao lado de quem gostaria de ter sentado na época da escola? Beyoncè, com certeza. Para mim ela é um símbolo do empoderamento feminino, um exemplo de que podemos sim, ser tudo aquilo que sonhamos.
Se tivesse vindo ao mundo com uma bula, o que conteria nela? Faça o bem! Poder ajudar é uma benção.
O que te inspira? Meus pais, Arnaldo e Marialma. Absolutamente tudo o que eles conquistaram na vida foi por meio do estudo, da dedicação e da bondade, sem nunca passar por cima de ninguém. Eles me ensinaram a ser forte, a ser bondosa e a lutar pelos meus sonhos – através do exemplo.
O que fazer para manter o equilíbrio em tempos de isolamento social? O isolamento nos trouxe reflexão, valorização da família e também dos amigos. Temos que nos redescobrir e encontrar novas formas de nos mantermos conectados.
Qual o maior aprendizado e conquista do período da graduação? Além da medicina em si, sempre digo que tanto a faculdade, quanto a residência me trouxeram pessoas. Aprendi a me colocar no lugar do outro e a nunca julgar, todo mundo tem algo lindo a oferecer, é só sermos abertos para enxergar. Ter sido escolhida como “amiga da turma” na faculdade, por unanimidade, e “residente homenageada” foram momentos muito especiais, que vou levar para sempre no meu coração.
Quando decidiu seguir o caminho da ginecologia, tem alguma inspiração nessa área? Tomei essa decisão no final da faculdade apenas, quando fui montar meu currículo e percebi que a maioria dos estágios, cursos e pesquisas que havia realizado nesse período eram na área da Ginecologia e Obstetrícia – então acredito que no fundo, já sabia dessa decisão há bem mais tempo. Quando falo de inspiração, não tem como não lembrar da minha dinda, também Ginecologista e Obstetra, Maristela Pacheco de Oliveira, que despertou em mim o amor pela profissão e me apoiou durante toda a trajetória.
Quais foram as principais queixas que tem observado desde o início da pandemia? Medo do imprevisível, solidão e sensação de impotência – tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde.
A pandemia do novo coronavírus trouxe diversas mudanças para o cenário político e científico, como diferenciar o que é ciência do que é “achismo”? Acredito que todo mundo que diz que tem certeza de algo, pode estar equivocado. Temos que saber interpretar as evidências, sempre com crítica, cada caso deve ser individualizado e nunca devemos impor nossa opinião sobre outra pessoa. Temos que ter humildade para admitir que ainda não conhecemos tudo sobre essa doença e respeitarmos uns aos outros acima de tudo.
Quais avanços na medicina foram observados nos últimos anos para a tua especialidade? Em um mundo no qual a intervenção é supervalorizada, acredito que um avanço foi a valorização do parto normal. Outro avanço é a expansão da cirurgia videolaparoscópica, com menos dor no pós-operatório, retorno mais rápido às atividades diárias e benefício estético também.
Gostaria de ter sabido antes... que tudo é passageiro e que cada momento é único.
Um hábito que não abre mão? Dançar, me faz esquecer das dificuldades e me conectar comigo mesma.
Um talento que ninguém conhece: gosto de pintar quadros e cozinhar doces, não sei se dá para chamar de talento.
A melhor invenção da humanidade? Acredito que a ciência. Por meio dela conseguimos muitos avanços na nossa profissão, diagnósticos precoces e melhores tratamentos.
Traço marcante de sua personalidade? Capacidade de sempre ver o lado bom das pessoas.
O que tem feito para impactar o mundo e as pessoas de maneira positiva? No presente momento, principalmente através da minha profissão, cada paciente que passa na minha vida é uma chance que tenho de ajudar, de fazer a diferença e melhorar a vida de alguém.
Reflexão de cabeceira? “Seja gentil sempre que possível, é sempre possível” – Dalai Lama.
Um forte desejo: um mundo com mais igualdade, respeito e amor.
O que mais respeita no ser humano? As suas atitudes, a forma como tratamos o próximo, seja ele quem for.
Com que mensagem encara o mundo? A vida é um sopro. Vamos ser felizes agora, com o que temos.
Qual a primeira coisa que fará quando a pandemia passar? Viajar, conhecer mais o mundo, novas pessoas, novas formas de viver a vida. E aglomerar com os amigos, que saudades!