Pelas lentes de Carolina!
A fotógrafa caxiense Carolina de Jesus Brugnera, filha de Jorge Luís Brugnera e Patrícia Cristina de Jesus, formada em pela Universidade de Caxias do Sul, com direito a Láurea Acadêmica, aos 21 anos de idade já faz história no setor em que atua. Este ano, engatou sua segunda graduação, desta vez em Design de Moda. Requisitada por influenciadores digitais e editoriais de moda para revistas, nossa entrevistada promove um show de imagens.
Que imagem guarda da infância? As idas aos jogos do Internacional com os meus pais. Sair de Flores da Cunha, ir dormindo no banco de trás do carro, aproveitando o sol e o vento que entrava pela janela. Chegar lá e ir caminhando até o estádio. Ver todo mundo de vermelho ao meu redor, grudada nos meus pais, olhando para tudo, como se cada vez fosse a primeira; pronta para gritar e comemorar cada gol, além de cantar todas as músicas da Popular.
Ao lado de quem gostaria de ter sentado na época da escola? Do diretor criativo ítalo-brasileiro, Giovanni Bianco.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse uma obra? Acredito, que no momento atual, o mais marcante foi completar minha graduação e conquistar a tão sonhada Láurea Acadêmica. Nunca fui muito boa em exatas, porém aprendi, durante esse processo, que para ser boa em algo precisava amar o que fazia, e então me descobri nesse universo fantástico da fotografia. O título, seria Os aprendizados que tive, e os que ainda terei.
Quando teve o primeiro contato com a fotografia? Então, desde pequena, por volta dos meus três anos, meus pais me contam que já pegava a câmera em casa e saia fotografando eles. Tanto que nos álbuns de família tem inúmeras fotos feitas de um ângulo mais baixo. Depois, quando estava no segundo ano do ensino médio, em 2015, decidi que queria ser fotógrafa, e comecei a fazer um curso básico na Galeria Arte Quadros. Foi nesse ano que ganhei minha primeira câmera, uma Nikon D3100.
Quais as maiores dificuldades para um fotógrafo em início de carreira? A conquista de clientes e do espaço no mercado é desafiadora, já que inicialmente precisamos mostrar nosso trabalho e superar nossos medos para obtermos mais oportunidades.
Na fotografia, quando o amadorismo dá lugar ao profissionalismo? O profissionalismo é muito complexo, e com certeza vai além do estudo da fotografia em si. Acredito que essa diferença vai de poder representar, e capturar, uma simples cena, transformar esse momento em uma memória para quem vê.
Com sua experiência, que conselho daria para quem pensa entrar nesta carreira? Persistência e paciência seriam os principais aspectos. É muito importante deixar as pessoas saberem que você é fotógrafo ou que está começando na área, comentar com as pessoas à sua volta já é um bom começo. Além disso, todos os iniciantes precisam treinar e se autodescobrir, portanto, procure pessoas de seu convívio para que sejam seus modelos, assim poderá exercitar e iniciar a divulgação do seu trabalho.
Quais áreas da fotografia considera mais promissoras atualmente? Fotografia documental de família, observo um exponencial crescimento e confesso que amo.
O que fazer para se manter criativa em tempos de isolamento social? Procuro inspirações e me loto delas! Sempre amei fazer isso e me ajuda muito. Salvo fotos e crio pastas relativas a cada área que trabalho, procuro olhar e procurar novas referências uma vez por dia, afinal tudo acontece muito rápido e precisamos estar atentos e atualizados.
Onde busca essas referências? Costumo usar redes sociais, como Instagram e Pinterest, onde temos uma gama grande de fotografia. Porém cada trabalho é único, antes de fazer um ensaio, procuro pedir para o meu cliente me mandar as suas ideias de fotografia, o que pensa, quais fotos gostaria de fazer, acredito que não adianta impor meu estilo sem que a pessoa que fotografo se sinta representada.
De que maneira considera que o cenário atual está afetando o mercado da fotografia, e como isso vai impactar no futuro? Esse foi um dos pontos abordados no meu Trabalho de Conclusão de Curso, voltado à fotografia de moda. O momento atual fez com que muitas pessoas mudassem seus atos e também seus trabalhos, e isso foi muito necessário. Começamos a ver novos formatos aparecendo, como ensaios feitos a distância por vídeo chamada - eu mesma arrisquei e acredito que tenha vindo para ficar. Além disso, as pessoas estão valorizando cada vez mais as memórias, diretamente relacionado a fotografia.
Quais perspectivas vislumbra para os futuros profissionais da área? Crescimento, novos mercados e novas formas de apresentar e fazer fotografia. Acredito que vivemos em constante mudança e isso é muito bom, a cada momento nós aprendemos o novo, e isso vale tanto para o campo profissional como pessoal. A fotografia sempre vai estar presente na nossa vida, ela é a grande responsável pelas nossas lembranças, e isso nunca vai acabar.
O que tem feito para impactar o mundo e as pessoas de maneira positiva? Cabe a mim a missão de impactar positivamente as pessoas ao meu redor, seja com palavras, gentileza, empatia, ou até mesmo com a minha profissão que tem o poder de melhorar a autoestima e autoconfiança, além de preservar o momento presente, levando boas memórias para o futuro. Acho que esses são alguns passos que tento manter diariamente.
Qual a sua ideia de um dia perfeito? Começar o dia fotografando, almoçar com amigos, passar a tarde com meus pais e minhas cachorras, finalizando com filmes e um bom jantar em casa.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda, o que conteria nela? Algo simples, como “pareço calma, mas sou muito estressada”.
Traço marcante de sua personalidade? Persistência.
Com que mensagem encara o mundo? Nada é por acaso, tudo acontece por uma razão e no momento certo, basta confiar no tempo.
O que mais respeita no ser humano? Sua capacidade de estar em constante mudança.
Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa? Essência.
Um defeito: teimosia.
Uma qualidade: organização.
Gostaria de ter sabido antes... que cada um tem seu tempo, não somos mais adiantados nem mais atrasados do que ninguém.
O que considera essencial para sobreviver? Ter minha família, animais e amigos ao meu lado, além de me manter sempre ligada com a fotografia.
Frase máxima? “Você receberá, de retorno, tudo o que der aos outros” – Allan Kardec.