Cultivar bons hábitos e reverenciar valores perpassados pelo afeto são atitudes preciosas para Isabel Commazzetto. É a partir de premissas como estas que, depois de anos dedicados à advocacia e à gestão hospitalar, ela criou o IC Mesa e Etiqueta, com o qual se dedica, desde o ano de 2017, à ornamentação e preparo de mesas e encontros entre pessoas mediados por finesse, empatia e carinho.
— Tenho uma grande paixão pela arte de receber. E o meu projeto profissional é a marca de um estilo de vida, inspirado nos valores tradicionais da minha família — diz Isabel, filha do médico psiquiatra Milton Commazzetto (in memoriam) e Luiza Elza Camargo Commazzetto.
O convívio entorno da mesa vêm de lembranças do tempo de infância, quando frequentava a casa da avó materna, Elza, em Pelotas, ou presenciava os jantares organizados pela mãe.
— Meu avô preparava uma bandeja de café da manhã para a avó e sempre colocava uma florzinha do jardim. É um detalhe, mas muito significativo. Vem daí a importância que dou para o bem receber, que é uma arte de dizer para as pessoas que elas são importantes. Sempre fui muito atenta as minúcias, meu processo criativo vai acontecendo na hora. Reviro os armários para selecionar itens que tenham significado especial para o dono da casa ou da festa — descreve.
Casada há 15 anos com o administrador de empresas Marcelo Luce Bohrer, que aponta como seu grande e principal incentivador, mãe de Maria Luiza e Bento, Isabel, fala com entusiasmo da arte do bom comportamento.
— Sou completamente apaixonada pelo meu fazer que é criativo, ele é meu estímulo, sou grata a Deus por tudo isso e estou em busca constante pelo melhor. O mundo fica mais leve com pessoas educadas e gentis — afirma.
Reverenciando as boas relações, Isabel acredita que isso pode modificar essas práticas sociais necessárias.
— Os bons modos contagiam e viram hábitos. A jornalista e escritora Célia Ribeiro em um de seus livros revela que o grau de civilidade se verifica à mesa. Quanto mais educados formos, mais harmoniosos também seremos. Sou encantada por pessoas e gosto de estar envolvida com elas. A pandemia mostrou ainda mais o quanto os amigos são importantes — analisa.
Atenta à educação diária dos filhos — que segundo ela são a melhor riqueza —, Isabel conta que é hábito se reunir para o almoço diário e, aos domingos, tem a tradicional reunião na casa da mãe.
— Esse era um costume criado pelo meu pai, que eu e meus irmãos, Carolina e Gustavo, seguimos mantendo. Lá tem pátio, cachorros, gato. É um momento que remete à importância de estarmos juntos e é nesse ambiente que reforçamos os nossos valores — diz, descrevendo ainda os passeios a Porto Alegre, quando “a equipe” toda faz piqueniques em praças e parques, além de andar de bicicleta.
Acreditando no cultivo da educação, do comportamento e da etiqueta, Isabel tem um jeito todo especial de encarar a vida.
— Ir à mesa é relação olho no olho. Sou otimista, positiva. Com um olhar colorido, tudo fica mais fácil. Toda a palavra que pode agregar para o bem valoriza a vida. O afeto é algo divino. Isso tudo me move. O grande luxo hoje está na simplicidade. Acredito que a elegância no tratamento pode abrir ou fechar portas. Pequenas atitudes mudam o mundo — ensina.