Com açúcar e com afeto!
Janine Candice Perini, filha de Valde Edgar Perini (in memoriam) e Jane Maria De Carli Perini, é graduada em Administração de Empresas e pós-graduada em Gestão Hospitalar pela Universidade de Caxias do Sul. Começou a trabalhar no setor calçadista, onde permaneceu por 15 anos até despertar para seu verdadeiro talento e abrir seu próprio negócio na área da confeitaria. Há 14 anos, mantém a marca Janine Perini Doces Finos. De lá para cá, realizou vários cursos de aperfeiçoamento em escolas conceituadas, incluindo de chocolatier e pâtisserie na Callebaut Academy, em São Paulo e de doces finos e bem-casados na Escola de Confeitaria Golden Gate, em Curitiba. O conhecimento e a experiência adquiridos resultaram na elaboração de 48 receitas ao longo de sua trajetória. A qualidade, a pontualidade e a ética constituem a base de seu trabalho. O fortalecimento de parcerias e o investimento em seu e-commerce estão permanentemente em seus planos futuros.
O que tem sabor de infância? O bolinho de chuva da minha falecida avó materna Roza Dedavit De Carli.
Ao lado de quem gostaria de ter sentado na época da escola? De Ena Lautert Kaplan, a fundadora da Doceria Stella. Não tive o prazer de conhecê-la pessoalmente, mas tenho a felicidade de ter seu livro de receitas, editado em 2003, no qual usufruo muito na minha rotina de trabalho. Teria sido um aprendizado único, com longas conversas e muita troca de receitas.
O que te inspira? A vontade de aperfeiçoar, cada vez mais, todas as etapas que envolvem minha atividade, desde a compra de insumos selecionados até a entrega pontual das encomendas, reforçando os laços de confiabilidade. Me inspira ver meu trabalho sendo bem aceito e a constante busca pelo doce perfeito, aliada à eficiência máxima que faz com que minha marca tenha uma imagem associada a um alto padrão de qualidade.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse publicada? A minha transição profissional para a cozinha. O título seria “Não desista dos seus sonhos”.
Como surgiu sua paixão pelos doces? Aos quatro anos, quando minha avó Roza me perguntou se eu queria ajudá-la a fazer bolinho de chuva. A partir daquele momento, só evoluí na cozinha. Também ajudava minha mãe, que é doceira de mão cheia, a fazer alguns quitutes e colecionávamos livros, encartes e tudo o que envolvia receitas, guardadas com carinho até hoje. Amo meus conteúdos de receitas. Eles fazem parte da minha vida. É um mundo mágico de palavras que mistura sabores, aromas, texturas e faz bem à alma. Um doce muda o seu dia.
Quem são os mestres na sua área? São referências e fontes de inspiração Arnor Porto, Pierre Hermé, Flavio Federico e Diego Lozano.
Quais os tipos de doces que desenvolve? Brownie de chocolate meio amargo e branco, petit gateau nos sabores de chocolate, doce de leite e limão siciliano e doces finos com uma variedade de, aproximadamente, 50 sabores. Além disso, estou entrando com uma linha mais voltada ao chocolate, de mendiant e trufas.
O que te motivou a empreender na confeitaria? A paixão por fazer doces, por realmente gostar deste ofício que requer muita dedicação, muito carinho no momento do preparo e muitas horas trabalhadas. E nos eventos que participava, sentia falta de doces mais clássicos. Naquela época, o mercado estava muito focado somente em doces de chocolate, o que me incomodava um pouco.
Qual data comemorativa mais te inspira para criar? A criação de um novo produto não vem exatamente com uma data comemorativa, mas com a necessidade do mercado. O desenvolvimento de uma nova receita está mais relacionado àquilo que é gosto pessoal. É fundamental observar as tendências, identificar o desejo. Os lançamentos do mercado em termos de ingredientes e insumos também direcionam meus passos. Elaborar um novo produto demanda tempo, paciência e muitos testes até que ele fique exatamente como eu quero.
Quais as principais funções de um confeiteiro? Ser criativo, dinâmico, perfeccionista e organizado. Também é sua função se aperfeiçoar e se atualizar constantemente, permanecendo atento às novidades apresentadas pelo mercado, que nunca para de evoluir.
Se tivesse vindo ao mundo com uma receita, o que conteria nela? Xícaras de felicidade, uma dose de energia, uma porção de coragem e uma pitada de fé, regada com amor, finalizada com carinho e acompanhada das pessoas que amo e me fazem bem.
Qual o segredo para adoçar a vida? É fazer o que se gosta, estar em paz consigo mesmo, ter objetivos claros e definidos, ser merecedor e feliz diante daquilo que a vida te proporciona, e ter fé que tudo vai dar certo.
Traço marcante de sua personalidade? O perfeccionismo, mas para o meu marido, é a simpatia. Segundo ele, tenho o sorriso mais lindo do mundo.
Gostaria de ter sabido antes... que correr faz muito bem para o corpo e a mente.
Um hábito que não abre mão? Beber café preto sem açúcar com um doce depois do almoço.
Ingrediente favorito? Fava de baunilha. Meu néctar dos deuses.
Você tem fome de quê? De ver meus novos projetos alçando voos.
Um talento que ninguém conhece: considero o equilíbrio um talento. Consigo dosar e aproveitar tudo o que a vida me traz sem exageros. Acrescento o equilíbrio nos meus doces, para que o sabor não seja nem muito intenso, nem muito fraco.
Uma mensagem para os leitores: não crie problemas. Crie soluções.