O virtuoso caminho do êxito
Reservamos esta quinta-feira para ilustrar a coluna com a sabedoria e o conceito de viver do cirurgião plástico Roberto Carpeggiani, filho de Gentile Luiz Carpeggiani (in memoriam) e Felicitá Laidy Carpeggiani (in memoriam). Formado há 32 anos em Medicina pela UCS, com residência Médica em Cirurgia Geral, pós-graduado pela PUC do Rio de Janeiro e em Cirurgia Plástica Estética e Reparadora do Professor Ivo Pitanguy. É sócio fundador da Sociedade Brasileira de Queimaduras e entre 1997 e 1999 atuou como médico convidado junto ao Centro Clínico de Tarragona e da Clínica de Cirurgia Estética e Reparadora Doutor Manoel Sanchez, na Espanha. Médico Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Membro Efetivo da Associação dos Ex-Alunos do Professor Ivo Pitanguy e da American Society of Plastic Surgeons, dos Estados Unidos, conduz os dias com coerência e tolerância. Casado com Flora Julia Magnabosco, que é outra referência em elegância e empatia, Roberto traduz seu espírito fraterno no diálogo que teve com a coluna. Conheça mais características do nosso entrevistado!
O que sonhava em ser quando criança? Sempre fui fascinado pelo universo da bola e jogar futebol era uma predileção.
O que te levou a escolher a especialidade da cirurgia plástica na medicina? A importância em ter excelentes exemplos e mestres durante minha vida acadêmica me impulsionaram a seguir esta longa e árdua peregrinação pela formação.
Quais têm sido os grandes desafios da área da cirurgia plástica nos dias atuais? É imprescindível destacar que a cirurgia plástica é sempre legítima quando trouxer o bem-estar, seja pela correção de uma deformidade, de um trauma ou para equilibrar a questão estética, respeitando o biotipo e as singularidades de cada paciente mas, em casos em que o paciente apresenta inconformidade com a própria imagem, por meio de uma visão distorcida de si mesmo e da realidade que se apresenta, saber dizer não é primordial e ético, pois as doenças da alma não são tratadas em bloco cirúrgico.
De que forma consegue manter um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional? Por meio do esporte e do convívio, há três décadas, com amigos de longa data que integram o “Recreio das Quartas-feiras”, grupo amador de futebol dos associados do Recreio da Juventude.
Quais as maiores dificuldades ao lidar com o duelo autoestima versus procedimentos em excesso ou desnecessários? Como administra essas situações? Equilibrar harmoniosamente este conflito que o paciente apresenta é o maior desafio que todos os profissionais da área se deparam, pois a autoestima é uma avaliação subjetiva que cada indivíduo faz de si e está lincada em nossas próprias experiências com o mundo. A decisão sobre a necessidade de operar ou não, é de responsabilidade do especialista, e a mesma poderá restaurar a dicotomia entre o psíquico e o físico, restabelecendo o bem-estar do paciente.
Que lembrança lhe traz ter sido aluno do mestre Ivo Pitanguy no passado? Recordo com saudades das reuniões na biblioteca da Clínica particular Professor Ivo Pitanguy, em Botafogo, Rio de Janeiro, e dos encontros nos atendimentos assistenciais na 38ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia, também no Rio, onde se traçava o plano cirúrgico de cada paciente. Esses momentos de imersão e estudos de casos, davam a dimensão da contribuição que o mestre Pitanguy propiciou para a evolução da medicina, criando novas técnicas cirúrgicas e, por consequência, melhorando a qualidade de vida dos pacientes, independentemente da condição social.
Existe uma idade ideal para procedimentos de cirurgia plástica estética? Se houver indicação, por diferentes fatores, como por exemplo de uma deformidade diagnosticada no nascimento, o paciente poderá se beneficiar, apesar da pouca idade.
Qual frase mais ouve como profissional? A consulta médica é marcada por retóricas consistentes que definem o caminho a ser percorrido, mas os anseios dos pacientes em encontrar a própria aceitação são sempre os mesmos, porém verbalizados de formas diferentes.
Como envelhecer com qualidade de vida? Buscar a coerência e a tolerância com as possíveis limitações físicas e, por consequência, cultivar o bom humor e o entusiasmo pelas fases que a vida percorre, me oportuniza, desde já, viver dias melhores. Confesso que deixar o tempo passar convivendo com a espiritualidade e a alegria da Flora, é sempre rejuvenescedor.
É possível traduzir em duas palavras sua união com a Flora? Cumplicidade e sintonia.
Qual o seu conceito de beleza? É muito abrangente e enigmático definir a beleza, porque envolve questões inconscientes e culturais que vão além da aparência, mas, certamente, admiro alguns ícones. Sophia Loren é uma boa referência.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse uma obra? A aprovação no Serviço de Cirurgia Plástica, hoje denominado de Instituto Ivo Pitanguy foi um divisor de águas na minha vida e poderia intitular de “Caminho Virtuoso”.
Que pessoa viva mais admira? Exalto todos àqueles que prestam solidariedade.
Traço marcante de sua personalidade? Resiliência.
Qual é a sua maior extravagância? Conforto em tudo que for possível.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda ou bula, o que conteria nela? Não há contraindicação.
Gostaria de ter sabido antes... que a vida é efêmera.
A melhor invenção da humanidade? Para exercer meu ofício a “mágica” solução anestésica é imprescindível!
Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa? Empatia
O que considera essencial para sobreviver? Paz de espírito.
O que mais valoriza nos seus amigos? Parceria.
Qual é a sua ideia de felicidade plena? Contemplar o oceano.
Quem é o seu herói da ficção? Nunca tive.
Com que figura histórica mais se identifica? Winston Churchill.
Hábitos que não abre mão? Jogar futebol, viajar e torcer pelo Esporte Clube Juventude.
Reflexão de cabeceira? A verdade ainda é o melhor tratamento!
Frase máxima: “A persistência é o caminho do êxito”, Charlie Chaplin.
Quais são seus planos para o futuro? Sigo concentrado em viver no presente.
O que vai fazer quando a epidemia acabar? Embarcar para o Hemisfério Norte.