Meu caminho tem um coração
Rossana Freire, porto-alegrense, que aos 21 anos se mudou para o Rio de Janeiro para conquistar a carreira como jornalista e viver um grande amor. Residiu na Cidade Maravilhosa por oito anos e foi, conforme ela, muito feliz. Formou-se em jornalismo na FACHA e retornou para o Rio Grande do Sul em 2013. Antes porém, aos 16 anos, em 2000, fez parte do Casal Planeta Atlântida e aos 17 foi Garota Verão Porto Alegre. No retorno ao Sul, já graduada, trabalhou por três anos na Rádio Caxias, e após formar-se em MBA Marketing Estratégico pela FSG, engatou uma atividade na área de Marketing e foi nesse período que iniciou seus estudos no desenvolvimento pessoal. Atualmente, é casada com Ricardo Luiz Calcagnotto e realiza palestras de infoprodutos na área de relacionamentos.
Qual sua lembrança mais remota da infância e que relação faz com a vida adulta? Lembro com muita intensidade das minhas festas de aniversário. Meu pai e minha mãe cuidavam de todos os detalhes com muito amor. Eu escolhia o tema e eles produziam quase 100% com as próprias mãos. Foram momentos muito especiais de troca com eles e amigos. Atualmente, eu adoro comemorar meu novo ano. Meu filho, com certeza terá o mesmo desse amor nas festinhas dele.
O que é o bom da vida? A mutabilidade das coisas na vida deixa tudo muito mais leve. A ressignificação é algo tão poderoso que faz valer cada dificuldade que aparece no caminho. Conseguir ver uma situação que sempre te provocou dor com outra perspectiva mais neutra é curador. Posso afirmar que onde houve ressignificação, houve perdão.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse publicada? “Esse caminho tem um coração? Se tiver, o caminho é bom, se não tiver não presta. Ambos os caminhos não conduzem a parte alguma, mas um tem coração e o outro não. Um torna a viagem alegre e, enquanto você o seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer sua vida. Um o torna forte, o outro o enfraquece”. Esse trecho é do escritor Carlos Castañeda e representa muito bem a virada de chave na vida. Minha formação como Instrutora de Yoga me fez enxergar a existência com mais leveza e significado. Um lindo despertar que devo muito ao meu mestre Nihar Sarkar. O título seria Meu caminho tem um coração.
Se pudesse voltar à vida na pele de outra pessoa, quem seria? Ivete Sangalo. Adoro a energia, a alegria e o posicionamento dela diante da vida. Ela arrasa como mulher e ser humano.
Como coach e terapeuta, especialista em relacionamentos, amor-próprio e sexualidade, qual o maior desafio que os casais enfrentam? O grande problema é que nos intoxicamos uns com os outros em nossas relações, por termos feridas emocionais que não nos conscientizamos. Normalmente, entramos em relacionamentos querendo ser amados no movimento de só receber amor. Por exemplo, se eu sou uma pessoa carente (ferida emocional), acho que o meu parceiro é que deve resolver isso, quando na verdade eu preciso curar isso em mim. A vida a dois é desafiadora por si só, pois faz todas as nossas sombras gritarem mais ainda. Para eu ter uma relação saudável, primeiro preciso ser saudável. Necessitamos nos entender, conhecer nossos limites, curar feridas emocionais e termos responsabilidade por quem somos para assim, termos relacionamentos inteligentes.
O que não deve faltar em um relacionamento? Respeito, empatia, amizade, cumplicidade, confiança, diálogo, objetivos em comum e vontade de fazer dar certo.
Qual o primeiro passo para alcançar o amor próprio? Aceitar-se.
Em qual posição situa a sexualidade no ranking de importância para a realização na vida pessoal e profissional? A sexualidade engloba diversos setores da vida, portanto ela é muito importante. Compreendermos melhor sobre a nossa própria sexualidade nos traz clareza de quem somos, reflete diretamente em uma rotina saudável e escolhas mais congruentes. Faz bem para o corpo, mente e alma.
Existe um limite de idade para recomeçar um projeto fundamentado no amor próprio? O que moveria alguém a este impulso? Nunca é tarde para aprender a se amar. Penso que o movimento de buscar o amor-próprio surge quando cansamos dos mesmos resultados. A ficha cai com uma sensação do que eu posso, mereço e quero mais.
Quais foram as pautas mais relevantes durante seu período como jornalista? Sem dúvida alguma, as pautas que envolviam o comportamento humano, sexualidade e espiritualidade. Me recordo de uma entrevista sobre constelação familiar, foi fantástica.
Gostaria de ter sabido antes… que não sou vítima do que acontece comigo e sim, responsável e capaz de fazer o melhor com aquilo que me acontece.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda ou bula, o que conteria nela? Em dosagem única te convida a boas reflexões. Contém palhaçadas.
Como se mantém atualizada na sua profissão? Eu amo estudar. Por isso, faço muitos cursos, imersões, workshops e leituras dentro da área do comportamento humano e suas dinâmicas em relacionamentos.
Em que momento se inicia a autoajuda em um programa de mentoria? Na verdade, desde o momento que a pessoa escolhe fazer um programa de mentoria, às vezes, esse é o passo mais difícil, o start, de assumir que precisa e fazer o movimento de buscar ajuda. Já no primeiro encontro são dadas ferramentas e tarefas que levam a um caminho de autoconhecimento, expansão de consciência, autoamor e motivação de ser melhor do que ontem rumo ao objetivo almejado.
Sabe-se que muitas pessoas procrastinam “projetos de ouro” por conta da baixa autoestima, nos sinalize um conselho: é fundamental que acreditemos na gente, somos seres únicos com algo muito importante e singular para compartilhar com o mundo. A sua sensação de incapacidade vem do medo e ele não te impede de sofrer, mas te impede de viver explorando o seu melhor.
Sua vivência como apresentadora na televisão te auxiliou de que forma como coach? Vejo três aspectos fortes nesse sentido, como a habilidade de fazer as perguntas certas, a curiosidade em conhecer histórias e o domínio da comunicação.
Um hábito que não abre mão? Me conectar comigo. Criei um hábito diário de olhar pra dentro, assim eu posso me sentir, me entender, me acolher e faço isso de diversas formas: meditando, tomando banho, contemplando uma vista linda, bebendo uma boa taça de vinho ou dançando.
Tem algum hobby? O que mais gosta de fazer no tempo livre? Uma das minhas paixões é a de mergulhar em apneia. Amo a sensação de estar envolta pela água do mar, me sinto em paz e conectada. Quando não estou na praia costumo usar meu tempo livre para estudar, praticar yoga, curtir a família e os amigos.
Quais são os seus planos para o futuro? Alcançar e impactar a vida de milhares de mulheres com meu trabalho, lançar mais infoprodutos, palestrar na TEDx, fazer um curso com Tony Robbins, voltar a morar perto do mar, ter um filho, fazer uma cerimônia para perpetuar meu casamento, escrever um livro e conhecer alguns lugares do mundo, como Índia e Tailândia.
A melhor invenção da humanidade? A música. Sou bem eclética e acredito no poder musical para mudar o nosso estado de espírito e propiciar momentos únicos. A minha vida tem trilha sonora.
Um filme para assistir inúmeras vezes: Comer, rezar e amar, do diretor Ryan Murphy.
Uma qualidade: bom humor.
Uma palavra-chave: essência.
Se tivesse que se descrever em três palavras, quais seriam? Corajosa, engraçada e curiosa.
Uma mensagem para a Rossana do futuro? Eu desejo a você tudo que sempre sonhou, que seu espírito se mantenha jovem e o sorriso fácil. Que seja cada vez mais você em essência e que os desafios sejam fonte de grandes aprendizados.