As bancadas de PL, a maior da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul na próxima legislatura, com cinco vereadores, e do PSDB, que elegeu dois vereadores mas obteve a segunda votação nominal para a Câmara, dão indicativos de que não pretendem ceder a cadeira central da Mesa Diretora para outros partidos. Informações que transitam nos bastidores chegaram a indicar que o PSDB poderia abrir espaço ao Republicanos no primeiro ano e o PL, ao PP no último ano. As bancadas de PL e PSDB defendem respeitar os votos recebidos para a composição da Câmara.
O PL é taxativo. Em nota à coluna, assinada pelo vereador mais votado, Hiago Morandi, que a subscreve como representante da bancada, o texto destaca: “Não há negociação em andamento por parte dos vereadores eleitos pelo PL para ceder o ano de sua presidência a qualquer outro partido. (...) No ano correspondente ao PL, foi definido que a indicação para presidir a Câmara será a vereadora Daiane Mello, nome escolhido democraticamente pela bancada eleita.”
– Nós defendemos a representatividade, ou seja respeitar os votos da população para a definição das presidências nos quatro anos. Isso independe de quem já foi (ocupou ou está ocupando a presidência), porque é uma nova legislatura – diz a vereadora mais votada do PSDB e atual presidente da Casa, Marisol Santos.
Marisol confirma que houve sugestões para que o partido mantenha a presidência do Legislativo no próximo ano, como se recolhe dos bastidores, mas nega que tenha havido sinalização do governo para que o partido ocupe a cadeira no primeiro ano.
– No caso do PSDB, não houve nada oficial (sobre ceder a presidência). O que aconteceu foi que, diante da recente eleição, vendo que o PSDB mais uma vez seria uma das maiores bancadas, alguns colegas vereadores e até servidores já sugeriram que mantivéssemos a presidência no primeiro ano, para dar continuidade – diz Marisol.
O vereador Wagner Petrini (PSB) tem se colocado como articulador para as definições da Mesa Diretora na próxima legislatura.
– Eu tenho que colocar o cenário que está posto. O governo não é só o PSDB. O (próximo) governo também é composto por Republicanos, PRD, União Brasil e Democracia Cristã. E, nesse caso, houve sinalização, sim, de que o governo queria o primeiro ano.
PL reafirma que não cederá presidência
O cenário indicado pelo vereador Petrini para as definições sobre a presidência da Câmara, em especial para o ano em que o PL terá a primazia da indicação, levaram o partido a emitir “nota de esclarecimento”. Petrini ventilou a possibilidade de que o PL pudesse ceder a vaga ao PP. “Não houve qualquer acordo para a definição de integrantes da Mesa da próxima legislatura”, diz nota assinada pelo presidente Maurício Scalco (nota abaixo).
A nota do PL caxiense
O Diretório do Partido Liberal (PL) de Caxias do Sul, por meio de seu presidente, Maurício Scalco, esclarece que não houve qualquer acordo para a definição de integrantes da Mesa Diretora da próxima legislatura ou para a distribuição das comissões (permanentes da Casa). Além disso, a presidência não autorizou nenhuma pessoa a falar em nome do partido ou de forma particular, em qualquer tipo de negociação.
“Ressalto que tais decisões são de competência exclusiva dos cinco parlamentares eleitos, que têm a autonomia para negociar, de acordo com os critérios de proporcionalidade, tanto os cargos das comissões quanto a composição da Mesa Diretora do Legislativo caxiense.” Maurício Scalco, presidente do PL Caxias do Sul
2º e 3º anos "100% definidos"
Das conversações até agora, há o indicativo de que o cronograma do rodízio entre partidos na presidência da Câmara se estabeleça da forma que vem sendo ventilada, com o PSDB no primeiro ano, seguindo-se, na sequência, a presidência para PSB, PT e PL. Quanto a nomes, Wagner Petrini confirma que “está definido 100%” ele como presidente no segundo ano, pelo PSB, e Lucas Caregnato (PT) no terceiro. Com a manifestação do PL, fica o indicativo de que a presidência no quarto ano fique com Daiane Mello. Uma questão em aberto é se o PSDB, a quem cabe a primazia da indicação à presidência, inaugurará a nova legislatura no comando da Câmara, o que é o mais provável.