A posse da vereadora Marisol Santos (PSDB) como presidente da Câmara de Vereadores, na terça-feira (2/1), conclui as trocas de comando no Legislativo caxiense. É a última à frente da instituição na atual legislatura. Os ocupantes anteriores foram definidos pela força democrática do tradicional rodízio, revezamento na presidência entre os partidos de maior bancada, que vem de anos. Na atual legislatura, PTB (hoje PRD), PT, PSB e PSDB constituíram as maiores bancadas, cada um com três vereadores. Esse é um acordo informal, que valoriza a representação e o peso do voto destinado às bancadas. É altamente democrático, portanto, mas sofreu na atual legislatura pela incompreensão quanto a seu espírito. Tanto é assim que Marisol foi a primeira presidente a ser eleita por unanimidade, em chapa única. Parece que, desta vez, foi percebida a importância do acordo, e o que ele significa.
Não foi assim nas votações anteriores, que elegeram Velocino Uez (PRD) no primeiro ano, Denise Pessôa (PT), no segundo, e Zé Dambrós (PSB) no ano passado. Houve chapas alternativas, o que também é do jogo democrático, mas elas foram expressão da falta de entendimento do significado do acordo. No início da legislatura, não faltou vereador a discursar que não havia participado de acordo nenhum, o que atesta falta de intimidade com a democracia.
Marisol tem seus desafios. Conduzir a Câmara em ano eleitoral será um deles. Evitar acúmulo de projetos no final do ano legislativo, atropelando o debate, será outro. Politicamente: saber conduzir as relações com os demais vereadores e entender o peso político de cada decisão e da necessidade, quando houver, de posicionamentos institucionais. Por fim, e não menos importante: ouvir e interpretar os anseios da comunidade, evitando, junto com os demais vereadores, que prosperem decisões discrepantes da realidade, como no caso do reajuste salarial recente para a próxima legislatura.