Os proprietários do prédio do antigo Moinhos Corsetti irão reapresentar ao Compahc (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural) novo pedido de demolição da edificação, desta vez, uma demolição parcial, com o objetivo de preservação de aspectos históricos da estrutura. Na matrícula do imóvel, localizado na esquina das ruas Os Dezoito do Forte e Garibaldi, a Ranpi Participações Societárias aparece como proprietária. Segundo o presidente do conselho, João Uez, a intenção foi sinalizada pelo arquiteto Celestino Rossi, que representa os requerentes, na reunião virtual do Compach desta quinta (na foto). Assim, não chegou a haver votação pelos conselheiros do pedido de demolição total.
O arquiteto Rossi reafirma que a fachada lateral do imóvel, na Rua Garibaldi, onde há no topo a inscrição Aveia Soberana e uma coroa entre as palavras, é a única parte da estrutura passível de preservação.
– Propus que a gente remodelasse o projeto visando à preservação de alguns aspecto históricos, que nós concordamos, mas tem de olhar também aspectos de viabilidade – disse.
Na reunião de ontem do Compahc, a Seaaq (Associação dos Engenheiros, Arquitetos, Agrônomos, Químicos e Geólogos de Caxias do Sul), a partir de visita à edificação, apresentou parecer pela demolição do prédio.
Remodelado em “3 ou 4 meses”
O arquiteto Celestino Rossi confirmou a intenção dos proprietários de erguer no espaço um empreendimento comercial ou misto, com área residencial. Ele disse que será remodelado o projeto inicial, o que deve ocorrer em um período de três a quatro meses, mantendo-se o mesmo volume construtivo atual, isto é, a mesma altura. Para cuidar da fachada, é preciso se preocupar com a questão estrutural, informa Rossi.
– Agora vamos promover estudos para depois reapresentar ao Compahc, pela demolição parcial, mas já apresentando uma alternativa – informou.
Indicativo de preservação
O debate havido agora, com a análise do pedido de demolição do prédio do antigo Moinhos Corsetti pelo Compahc, caminha para um bom termo, com o indicativo de preservação de uma parte da memória e da história da cidade, combinada com a evidência técnica de que a parte interna do prédio não tem sustentação. Ao suprimir um pedaço do cenário urbano, não se derruba apenas o prédio. Ele carrega um pedaço da história, é um patrimônio imaterial. Essa compreensão tem de avançar. A demolição pura e simples deve ser a última alternativa, como defende o movimento Vivacidade.