Entre os diversos compromissos de uma agenda apertada na Serra Gaúcha, com os encontros principais destinados para tratar e organizar a atuação para o combate ao trabalho em condições análogas à escravidão, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reservou espaço para encontros com representantes sindicais e trabalhadores, ambiente que lhe é familiar. Primeiro, almoçou no Sindicato dos Empregados no Comércio. Depois, no Sindicato dos Metalúrgicos, em Caxias do Sul, adotou tom mais político, ao criticar de forma mais incisiva as mudanças da reforma trabalhista, o que chamou de “retrocesso” dos governos anteriores, de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Ele responsabilizou a reforma e a terceirização pelo aumento dos casos de trabalho em condições análogas à escravidão pelo país.
– (A reforma) teve o objetivo de quebrar, asfixiar o movimento sindical brasileiro. Estamos fazendo um grande esforço para reconstruir o desmonte realizado da máquina pública, incluindo o fechamento do próprio Ministério do Trabalho. Nós temos a obrigação de trabalhar um processo de reorganizar, reconstruir, para poder representar a classe trabalhadora – disse Marinho.
O ministro também abordou pautas caras aos sindicalistas e trabalhadores. Garantiu que é pauta do governo o aumento real do salário mínimo e reforçou o compromisso do governo em ampliar, até o fim do mandato, a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
Ao final do encontro, Marinho recebeu das mãos do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Assis Melo, um troféu dos 90 anos da entidade como uma homenagem. Já o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Guiomar Vidor, e a secretária-geral da entidade, Eremi Melo, entregaram a Marinho o manifesto Trabalho decente, sim! Trabalho escravo, não!, aprovado em seminário recente na Câmara de de Caxias do Sul. (Com Henrique Ternus)