Era esperado. A primeira audiência pública sobre o futuro na Maesa, realizada nesta quarta-feira à noite no interior da edificação, atraiu a atenção das principais lideranças políticas da cidade – vereadores, secretários e o deputado estadual Pepe Vargas (PT) – e de entidades comunitárias. O prefeito Adiló Didomenico só chegou por volta das 21h. A audiência começou às 19h.
Houve a apresentação do projeto pelo ainda secretário de Parcerias Estratégicas, Maurício Batista da Silva. À mesa, ao lado de Maurício, o futuro secretário, Matheus Rocha, já pôde sentir o ambiente.
– Este é um projeto de 30 anos (o prazo previsto para a parceria) e todo o material está disponível no site da prefeitura para que a comunidade acesse e participe da consulta pública – apresentou Maurício (foto).
A tensão cresceu com os pronunciamentos. O ex-vice-prefeito e assessor jurídico da UAB (a União das Associações de Bairros), Elói Frizzo, um dos principais defensores de um projeto alternativo ao do governo, foi forte e contundente. Foi o primeiro momento em que defensores de modelos diferentes puderam debater.
– Aqui está a alma de Caxias, aqueles que vêm de fora não entendem. Querem transformar numa negociata. Podem trocar o nome para “A Maesa é deles”. Quando entregamos o governo (de Flávio Cassina), já estávamos fazendo a ocupação – disse Frizzo.
O vereador Maurício Scalco (Novo) falou logo depois, com tom provocativo, no microfone:
– Quando a turma do Frizzo é contra, o projeto é bom para Caxias.
A tensão é compreensível, diante de diferentes ideias. Mas é recomendável priorizar a objetividade e o detalhamento de propostas no debate e evitar a armadilha das provocações.