O secretário de Parcerias do RS, Leonardo Busatto, confirmou em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da Gaúcha Serra, que existe, sim, o risco de a BR-470 ficar de fora do programa de concessões de rodovias. Um trecho de 13 quilômetros da rodovia foi previsto dentro do programa, entre Carlos Barbosa e o acesso ao Vale dos Vinhedos, na RS-444, com previsão de duplicação. Pois esse trecho fecha um anel rodoviário a ser duplicado de extrema importância, que integra Caxias do Sul, Farroupilha, Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves. O governo do Estado precisa de autorização do Ministério de Infraestrutura para a chamada “estadualização” do trecho, para que possa ser concedido à iniciativa privada.
– O pedido está com o governo federal. A gente aguarda uma definição. A gente sabe que uma definição não é fácil. Existem posições técnicas dentro do ministério, os favoráveis e contrários, mas a gente ainda não teve uma posição definida. Até dia 13 de abril (data do leilão), nós precisamos ter essa definição para que a empresa, quando for dar o seu lance, fazer sua proposta, que ela já saiba se vai administrar esse trecho ou não. Mas infelizmente a gente não tem ainda a resposta. A gente está em contato permanente com o governo federal e esperamos nas próximas semanas ter a resposta definitiva, que esperamos que seja “sim”. Entretanto, se for “não”, que seja dito logo, que nós precisamos ter essa definição antes da data do leilão – expôs Busatto.
Quer dizer, o risco de a 470 ficar de fora é claro, pois envolve a necessidade de consenso no ministério e, ainda, de vencer a formalidade burocrática, e essas questões não são simples. A consequência será ausência de investimento no trecho, um estrago muito grande para todo o programa, um gargalo logístico que se criará nesses 13 quilômetros a partir de Carlos Barbosa até a 444: o motorista terá pista duplicada na RS-446, entre São Vendelino e Barbosa, e na RSC-453, entre Farroupilha e a BR-470, no chamado trevo da Telasul. Ao chegar no trecho em questão da BR, ele passará a ter de conviver com pista simples, como é hoje (na foto). Esse é o tamanho do problema.