Qual é a lógica que deveria presidir as boas práticas em tempos de pandemia? O ambiente das academias, por exemplo, é um ambiente que está no limite dos protocolos para prevenir o contágio pelo coronavírus. Quando a onda da liberalização de atividades se espraiou qual um tsunami, as academias, entre outras atividades, foram beneficiadas e puderam reabrir em suas diversas modalidades. O que era, inicialmente, para ser regrado por um rigoroso protocolo, a gente sabe muito bem como isso funciona: logo foi afrouxando, afrouxando, e, quando se viu, a vida havia voltado ao normal, com pouca máscara, em academias, na liberação dos esportes coletivos, no funcionamento de bares e casas noturnas.
Durante esse período de bandeiras laranjas, que durou 17 semanas na região, o que deveria vigorar era o império do bom senso e da inteligência, traduzido na prática sob forma de cuidados intensificados e controles, para que não voltasse a bandeira vermelha. O controle foi mantido por determinado tempo. Mas, aos poucos, o período laranja serviu, ao contrário, de estímulo para soltar as rédeas. Qual a lógica? Nenhuma. Então, clientes sem máscara ou espaços com aglomerações, como vestiários, uso de chuveiros ou bares sem distanciamento entre mesas, com aglomeração entre elas e nos acessos, trouxeram de volta o antigo normal.
Pois a bandeira vermelha voltou. O esforço foi grande. Do jeito que estava, era tão inevitável quanto o raiar de um novo dia. E, na manhã desta terça-feira, a vigilância sanitária saiu a campo e começou a suspender modalidades, assim como já interditou estabelecimentos.
Qual lógica preside o afrouxamento e o descuido com as regras, da parte dos clientes, da parte de academias e de outros estabelecimentos? Não é a do bom senso nem a da inteligência. Inteligência é a prevenção, o cuidado, o respeito aos frequentadores, o tempo todo, evitar a volta de restrições. Como as regras foram relaxadas a partir de determinado momento na bandeira laranja, voltamos à bandeira vermelha. Conseguimos. Para prejuízo de todos, exposição maior dos mais vulneráveis a risco de vida e aumento da ocupação dos leitos hospitalares e de UTIs.