Subiu para nove o número de óbitos de residentes no Lar da Velhice São Francisco de Assis, em Caxias do Sul. A presidente da instituição, Analice Carrer, confirmou mais duas mortes ocorridas na tarde desta terça-feira (8). Outros três idosos seguem internados em hospitais da cidade.
Pela manhã, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou sete mortes decorrentes de covid-19 em função de um surto em um lar de idosos da cidade. A reportagem apurou que é o São Francisco de Assis. Analice confirmou o surto e os óbitos.
O surto
A secretaria informou que o surto na casa asilar foi detectado na quarta rodada de testagens para diagnóstico da doença, que começou no dia 17 de novembro. No total, são 50 idosos e 20 funcionários positivos, 11 aguardando laudo, 3 internados e 9 óbitos. As duas mortes mais recentes ainda não foram confirmadas pelo município. Os servidores contaminados foram afastados.
Conforme o secretário da Saúde, Jorge Olavo Hahn Castro, o número de infectados pode ser ainda maior, já que a testagem se encerra nesta quarta-feira e será preciso aguardar os resultados dos últimos testes. Segundo Castro, esse é o mais grave surto desde o início da pandemia na cidade. A confirmação ocorre na quarta rodada de testes realizados nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), que visam justamente prevenir a disseminação do vírus entre os idosos.
– Não há como isolar totalmente os moradores, porque eles são cuidados por pessoas que, muitas delas, trabalham em hospitais, são funcionários da área da saúde em que o índice de contaminação é muito elevado. Normalmente está relacionado aos trabalhadores porque as visitas estão proibidas, os moradores não saem, então, o vírus foi levado a eles –declarou o secretário.
A presidente da entidade diz que há mais de 120 dias os profissionais que atuam no local não trabalham em outras unidades de saúde. Atendem exclusivamente no lar.
A prefeitura tenta identificar a origem do surto. Por isso, a Vigilância Sanitária esteve novamente na instituição nesta segunda-feira (7) para uma nova vistoria de investigação e para orientar e solicitar adequações para conter a disseminação do vírus. A primeira medida foi a de isolar aqueles idosos que não estão contaminados, o chamado isolamento reverso. A prefeitura diz que nesse tipo de estabelecimento não é possível, pelo público atendido, fazer uma desinfecção geral no ambiente e equipamentos, devido a dificuldade de mobilidade dos moradores. O que se faz é a limpeza por áreas.
De acordo com o secretário, daqui a sete ou 10 dias, serão testados novamente os trabalhadores que testaram negativo. Em 14 dias, todos os moradores e funcionários serão testados de novo. A ideia é identificar todos os casos positivos mesmo assintomáticos e isolá-los.
Desde o início das testagens em casas asilares, o SAD detectou 20 surtos, sendo que seis deles ainda estão ativos e em monitoramento. Também foram registrados 27 óbitos de idosos residentes em casas asilares por complicações em decorrência do coronavírus no município.
– Cuidado com os vulneráveis. Porque são os jovens que levam essa doença para os idosos, tanto em casas asilares quanto nas famílias. Essa tem que ser a preocupação com todo aquele cuidado sanitário que pedimos – apelou o secretário de Saúde.
Sobre as vítimas
- Entre as vítimas da casa asilar estão um homem de 64 anos com AVC hemorrágico. Ele foi internado na UTI do Hospital Pompeia no dia 3 de dezembro e morreu no último sábado. Além dele, uma mulher de 83 anos, etilista e tabagista. Ela internou na UTI do Hospital Geral dia 30 de novembro e também morreu no sábado. E uma mulher de 72 anos, obesa e com diabete. Ela internou na UTI do Hospital Virvi Ramos em 29 de novembro e morreu no dia seguinte.
A prefeitura ainda está reunindo as informações sobre as outras quatro vítimas.