Alguns não gostam, e até esperneiam, mas faz parte da realidade política, queiram ou não: uma eleição emenda na outra, uma eleição, por seus resultados e seus efeitos, projeta a seguinte. Está ocorrendo desde já.
Junto com Neri, o Carteiro, do Solidariedade, eleito para a Assembleia, e amparados na eleição de Eduardo Leite (PSDB) para o Governo do Estado, Adiló Didomenico (PTB) e Paula Ioris (PSDB) saem deste pleito como os nomes mais fortalecidos no cenário político local. Ainda que, pessoalmente, ambos não tenho obtido êxito eleitoral. Paula obteve 25.005 votos para a Câmara e Adiló conquistou 23.723 votos para a Assembleia, cabendo a ambos suplências distantes da perspectiva de um mandato. Ambos se sobressaem mais como nomes de Leite em Caxias, mas especialmente diante dos escombros generalizados em torno dos partidos tradicionais e alguns dos principais nomes da política caxiense. Alceu Barbosa Velho (PDT), Carlos Búrigo (MDB) e Mauro Pereira (MDB) não passaram no teste das urnas. Pepe Vargas (PT) ainda se elegeu para a Assembleia, mas viu sua votação nominal reduzir-se em mais de 70 mil votos em relação a 2014. É muita coisa.
Os principais partidos não renovaram suas lideranças. Há um vácuo que permite uma reorganização eleitoral para 2020. Algumas siglas especulam o cenário, como o PSB, que pode despontar com a candidatura do presidente da Câmara, Alberto Meneguzzi. Outra força de Paula e Adiló é o fato de estarem juntos desde já, na eleição de Leite.
Já o prefeito Daniel Guerra (PRB) terá de sobreviver ao desgaste da administração. No momento, goste-se ou não do prefeito, ele sobrevive como forte alternativa. E Neri, apesar da eleição, precisa se impor como referência no jogo eleitoral.
As peças fazem os movimentos iniciais no tabuleiro visando a 2020.